Ao longo dos anos, “The Batman” se tornou um dos heróis mais queridos da memória popular pelas várias adaptações que recebeu na arte. Afinal, sendo um personagem tão complexo e simbólico, já ganhou releituras que não só marcaram a história do cinema. Como também estabeleceram patamares muito altos para qualquer diretor que ousasse reimaginá-lo novamente. No entanto, o projeto, dirigido por Matt Reeves, é a sua versão mais profunda e enigmática já feita, até agora. E vamos falar sobre isso agora, detalhadamente:
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Explorando a história do Homem-Morcego:
Em primeiro lugar, “The Batman” não se propõe a refazer o caminho que Christopher Nolan, Tim Burton e tantos outros cineastas já trilharam. Mas sim explorar um universo que jamais havia sido tão bem retratado, com uma atmosfera própria e muito próxima da realidade em que vivemos. No longa, vemos o herói na busca pelo Charada (Paul Dano), criminoso que vem dizimando figuras notáveis de Gotham. Ainda mais, parece ter uma questão particular para resolver com o vigilante. Em paralelo à investigação oficial das autoridades, Bruce Wayne explora conexões no submundo da cidade que revelam a sujeira da corrupção e de uma rede terrível de influências.
Ou seja, trata-se de um suspense imersivo nos confins da cidade que nos apresenta ao lado mais sombrio do Homem-Morcego. Principalmente, sob a atuação brilhante de Robert Pattinson e os cuidados perfeccionistas de uma produção que beira o impecável. A obra também se concentra em destacar o lado investigativo do personagem, assumindo o clima de produções noir enquanto o herói procura desvendar os enigmas de Charada. Além disso, mostra como o seu entorno o transformou, assim como os seus feitos afetam a cidade. Tudo é meticulosamente pensado e com o ritmo de um tradicional suspense, envolvendo o espectador junto ao mistério.
Pattinson conquista um novo cargo:
Falando em atuação, preciso dar o destaque para a grande estrela de “The Batman”. Pois Robert Pattinson dá vida a um Bruce Wayne jovem e perturbado pelos mistérios que a morte de seus pais deixaram. Ao contrário de Christian Bale, Michael Keaton e Ben Affleck que tiveram um perfil maduro, o ator trouxe um personagem inexperiente debaixo da armadura. Ainda no início de sua jornada, ele utiliza a carreira de vigilante como uma forma de escapar dos próprios traumas. Da mesma forma que está descobrindo como lidar com o legado que carrega como um Wayne.
É claro que pode dar a sensação que a representação de Bruce Wayne é muito secundário. Contudo, para a narrativa, traz a justificativa. Acima dos seus conflitos pessoais, Matt Reeves procura dar ênfase ao que o herói simboliza para a cidade. Tanto para os seus inimigos, quanto para a população. A nova versão do Homem-Morcego não herda a mesma figura heroica de outros filmes. Porém, busca refletir o medo que suas ações transmitem nos mínimos detalhes, desde os passos pausados ao entrar em uma sala até os combates mais duros.
Elenco Impecável:
Em contraste com o protagonista, temos os demais membros do elenco que conquistam a nossa atenção durante as 3 horas de longa. Paul Dano como Charada e Colin Farrell como Pinguim cumprem extremamente bem o papel de antagonistas. Na verdade, eles dão o mérito e atenção que os personagens merecem, depois de anos sendo encarnados de forma cômica. Enquanto que Jeffrey Wright e Andy Serkis se mostram muito confortáveis em cena como Jim Gordon e Alfred, respectivamente.
Agora, a Mulher-Gato de Zoë Kravitz, não está presente apenas para ser um par para as ofensivas do Batman. Mas, também protagoniza seus dramas e oferece um olhar sobre as camadas mais pobres da sociedade, em que muitos acabam sucumbindo ao crime para sobreviverem. Por certo, interpretando uma peça fundamental para o desenvolvimento do enredo com uma química clara e forte com o Batman.
Conclusão:
Portanto, “The Batman” foge da zona de conforto criada pelos filmes de heróis e vai na contramão do que sempre deu certo. Inclusive, trazendo novos ares e mostrando que não é preciso seguir sempre a mesma fórmula para ter sucesso. Sem contar que a história é profundamente pessoal para Bruce Wayne e definitiva para a pessoa que ele está a caminho de se tornar. Logo que possui um elenco imperdível e que apresentou novas perspectivas a personagens tão conhecidos. Nesse hiato, roteiro, produção, fotografia e trilha sonora seguem a linha de qualidade e não só elevam o nível, como abrem as portas para novas abordagens aos filmes baseados em quadrinhos.