Desde a criação do universo cinematográfico da Marvel, oito heróis ganharam seus filmes para contar a sua história. Não é surpresa que todos eles sejam brancos, mas T’Challa chega para mudar um pouco esse cenário e reverter essa situação em Pantera Negra.
Tudo começa praticamente após os acontecimentos de Capitão América – Guerra Civil, em que o pai de T’Challa foi morto, e de um dia para o outro ele se vê como rei e protetor da nação africana de Wakanda. Isso, de certa forma, explica um pouco a ira que o personagem carregará para Os Vingadores.
A história é muito mais uma contextualização de como o Pantera se torna um herói do que ele já agindo como um. Afinal, sem a roupa, ele não é nada mais que um garoto que virou rei e que o pai sempre protegeu. O que movimenta o filme são os outros personagens que tentam tirar o Pantera do trono. E a ideia do seu reino cair em mãos inimigas, faz com que ele repense algumas ideias e parta para a luta
Pantera Negra é um filme que exalta o povo negro africano, e é o primeiro filme desse porte nos tempos atuais com que possui um elenco majoritariamente negro e de grande importância no mundo do cinema, como por exemplo a ganhadora do Oscar Lupita Nyong’o (12 Anos de Escravidão), Daniel Kaluuya (Corra!), Forest Whitaker (O Último Rei da Escócia) e Michael B. Jordan (Quarteto Fantástico). Claro, não podemos esquecer do principal, Chadwick Boseman.
Ainda falando sobre o empoderamento da cultura africana que o filme apresenta, temos a figura da mulher como um elemento principal para a força de homem. O valor que eles dão à figura feminina é algo incrível, pois todas elas são vistas como guerreiras, enquanto os homens são, de certa forma, traidores e ambiciosos. Segundo a atriz Angela Bassett, que interpreta Ramonda, mãe de T’Challa, “Na cultura africana não há rei sem rainha. E essa história ressalta a rainha, a guerreira, a general, a jovem irmã”. Por esta razão, sempre vemos o personagem acompanhado de guerreiras fascinantes e inteligentes que o fazem crescer.
O filme também aborda um dos preconceitos mais comuns e, infelizmente, mais natural que enfrentamos ainda hoje. O plot do filme é justamente a ideia de os países ricos menosprezarem o povo de Wakanda, justamente por serem negros, pobres e estarem situados em um continente do terceiro mundo. Mesmo eles possuindo a maior e melhor tecnologia armamentista, ninguém leva fé pelo simples preconceito. E é justamente esta concepção que alguns grupos de Wakanda querem mudar. Nada muito diferente do que desejamos hoje em dia.
Mesmo com toda a crítica que o filme carrega, é também uma incrível viagem pela África. É impossível não lembrar de Tarzan, O Rei Leão e As minas do Rei Salomão. Tudo isso por contar as histórias das tribos africanas.
A Marvel espera arrecadar com o filme US$ 135 milhões nos Estados Unidos e no Canadá logo nas primeiras semanas. Também planeja faturar US$ 375 milhões apenas nesses mercados.
Pantera Negra é aquele filme que foge dos padrões que estamos acostumados em ver os super-heróis. Não é que não exista violência ou destruição, porém o filme é muito mais que isso, ele fala sobre família, nação, a importância da união e principalmente o autoconhecimento dos personagens. Uma história que chama atenção justamente por ser diferente e tratar de assuntos muito mais próximos da nossa realidade que outros heróis.