Quem conhece sabe que Neil Gaiman é aquele autor que te cativa por enredos fascinante e as vezes muito loucos. A maioria dos seus livros também possuem capas que expressam bem o que a história quer transmitir. E Coraline não fica de fora.
Sim, o nome da menina é Coraline e não Caroline, um nome diferente que particularmente eu amei!
À primeira vista julgamos que é um livro infantil, mas quem por um acaso já viu o desenho, sabe que não é tão infantil assim. Na história, Coraline é uma jovem aventureira que acabou de se mudar para uma casa bem sinistra e com vizinhos mais sinistros ainda. Ela é a típica pré-adolescente que cresceu com os pais muito ocupados trabalhando. Por esta razão, Coraline acabou sendo uma pessoa autêntica e de personalidade muito forte.
Era diferente do seu quarto em casa. Para começar, estava pintado em um tom de verde-cheguei e um tom extravagante de rosa.
A partir do trecho acima, entramos em outra dimensão em que o mundo paralelo existe. No começo tudo pode parecer normal, mas sempre com aquela pegada sombria. Pois bem, Neil Gaiman nos apresenta um mundo paralelo dos sonhos que qualquer pessoa gostaria de viver. Principalmente uma criança que não tem atenção dos pais e nesse mundo ela consegue tudo que quer sem ninguém questionar. Um sonho, não? Pois bem, é exatamente isso que o livro questiona.
Nem tudo que parece perfeito é bom, legal e te fará feliz, e é nesse ponto que Coraline é uma história espetacular. Principalmente porque ela é do ponto de vista de uma criança que acaba criando uma responsabilidade muito grande para se livrar da própria encrenca em que se meteu.
Mesmo com uma narrativa simples, o livro não tem um entendimento óbvio. Neil Gaiman apresenta elementos que ficam subentendidos e deixa que os leitores tirem as suas próprias conclusões. O autor também brinca com a nossa imaginação e angústia em determinados pontos do livro. Afinal, já pensou trocar seus olhos por olhos de botões?
O livro Coraline existe em diversas edições, em graphic novel e em livro com ilustrações, e nesse último caso as ilustrações são assinadas por Dave Mckean. No Brasil, a editora Rocco é responsável pela publicação.
Teias de aranhas só precisam ser grandes o bastante para apanhar moscas.
E aí? Trocaria seus olhos por botões?