
Lançada pela Netflix, Congonhas: Tragédia Anunciada é um mini documentário que revive um dos acidentes aéreos mais marcantes da história do Brasil. A queda do voo 3054 da TAM, em julho de 2007.
No documentário, a história é recontada com detalhes inéditos e depoimentos emocionantes. A direção ficou a cargo de Angelo Defanti, cineasta já conhecido por explorar temas sociais e históricos em suas obras.
O peso da história
A série é um documentário dividido em três episódios, com cerca de 50 minutos cada um. Por meio de imagens de arquivo, simulações e entrevistas com sobreviventes, familiares e especialistas, o desastre é reconstituído passo a passo.
A ideia era fazer uma narrativa com abordagem direta e sensível, sem recorrer ao sensacionalismo. Funcionou super bem, mas ainda assim, o impacto emocional é profundo.
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“Era questão de tempo”
Um dos pontos mais chocantes da série é a revelação de que diversos alertas haviam sido feitos antes do acidente acontecer. Problemas na pista do aeroporto de Congonhas, falhas no sistema de drenagem e preocupações operacionais já haviam sido registrados por pilotos e técnicos.
Durante os episódios, o espectador é guiado por depoimentos de quem perdeu entes queridos no acidente. As falas são carregadas de emoção. Um recurso visual interessante foi usado: fotos de família e registros pessoais são sobrepostos com os relatos, o que intensifica o realismo e aproxima o público das vítimas. Dessa forma, a dor coletiva é humanizada.

Investigação sob novas lentes
A série expõe uma nova perspectiva da investigação do acidente, com especialistas em aviação e ex-funcionários da TAM, que revelaram falhas operacionais e decisões corporativas. Documentos sigilosos foram obtidos pela equipe do documentário após anos de tentativas judiciais.
Congonhas: Tragédia Anunciada
Não se trata de uma série fácil de assistir. Emoções intensas serão despertadas. Porém, Congonhas: Tragédia Anunciada entrega muito mais do que uma cronologia trágica. O documentário propõe reflexão, justiça e memória. Ao final, fica claro que a dor ainda é recente, mas o esquecimento não pode ser uma opção.