Minha querida Londres,
Cresci sonhando em visitá-la, passear por cada ruazinha bucólica… isso sempre me transmitiu alegria. Mas hoje é tão triste vê-la machucada desta forma, corta meu coração não poder te abraçar. As fotos que vi do último sábado me deixaram atordoada com a onda de ódio que vem tomando a humanidade.
A expressão de medo e pavor das pessoas me fizerem refletir sobre qual o caminho estamos caminhando. Ver uma mãe correndo desesperada com a filha no colo para fugir da morte é algo tão forte e indescritível. Fico horrorizada ao pensar que como se já não bastasse vinte e duas pessoas terem morrido durante um show, mais oito pessoas perderam a vida de uma forma tão bruta a troco de nada.
Infelizmente não foi difícil de me imaginar no lugar dessas pessoas. Aqui onde estou, minha adorável Londres, também não foge muito do terrorismo que você passa. Aqui temos toque de recolher, você sabia? Hoje é até difícil sair a luz do dia, um pouco diferente de você, já saímos para passear a noite com o olho no padre e outro na missa, aqui ninguém dorme em serviço.
Choro não só por você, mas choro pelo resto do mundo, pelas guerras de religiões, de facções, a ganancia, a iria e o ódio inexplicável pelo próximo. Me pergunto se existe uma solução, se um dia poderemos sair de nossas casas sem pensar que o pior pode acontecer. Preciso acreditar, preciso ter esperanças que isso um dia irá mudar.
Ah, minha London, espero que se recupere logo, não só você, mas todo o resto do mundo.
Com amor!
Bárbara Allen