Cheguei na faculdade, subi as escadas, parei no 2° andar e entrei na primeira sala a esquerda. Dou de cara com um amigo que me pergunta com muita animação: “Você ouviu a música nova da Anitta?”. O engraçado é que o mesmo, até semana passada, criticava a cantora, a chamando de brega e que não ia muito longe. Hoje, ela está aí, produzindo música em 3 línguas diferentes.
É engraçado notar que valorizamos tanto outras culturas, principalmente a norte-americana, e criticamos a nossa própria sem perceber o patrimônio cultural que produzimos. Cada país tem sua maneira de transmitir cultura, no caso do Brasil, o funk é bem chamativo e, ao invés de procurarmos saber porque esse movimento é tão representativo para um país, acabamos por criticar, sem ao menos conhecer. Uso o ‘nós’ porque até eu já cometi o delito de criticar a cultura que eu deveria tratar como minha propriedade.
A Anitta está em ascensão no cenário musical, mas nos primórdios de sua carreira ela foi bem criticada, como o nosso amigo que me perguntou se eu tinha ouvido a sua nova música já criticou. Foi criticada pelo jeito que se vestia, jeito que cantava, que dançava, que comia e, quem dirá, que respirava. Mas o cômico, e que deve ser tratado como inspiração, é que ela não se abalou e continuou investindo na carreira.
Hoje ela está aí, lançou música em inglês, espanhol e agora, de praste, uma brasileira para não passar batido, mas claro, com pareceria de um renomado DJ do cenário pop. Temos muito que aprender com Larissa de Macedo Machado, vulgo Anitta, vulgo ‘Anira’, vulgo diva nossa de todo o dia.
Então, depois de ouvir a pergunta do meu amigo, respirei fundo e disse, com toda convicção que existe dentro do meu espírito de fã e crítica dessa sociedade que ainda julga música nacional e seus cantores: “claro né meu amor, você acha que eu ia perder essa? ”. Então sociedade, segura essa marimba, que Diva Anitta veio para ficar, e há quem diga que tem muito mais vindo por aí.
Rachel Guarino