Alice in Borderland – Terceira temporada: O jogo final

Depois de quase três anos, finalmente descobrimos o que a carta Coringa significa na série Alice in Borderland. Eu não resisti e já maratonei toda a terceira e última (por enquanto) e agora quero falar, com spoiler, tudo o que achei dessa conclusão da jornada de Arisu e Usagi de volta a Borderland.
Recapitulando a história de Alice in Borderland
Alice in Borderland é uma série que acompanha Arisu e seus amigos que, de repente, são transportados para uma Tóquio alternativa e deserta. Nesse lugar misterioso, eles precisam participar de jogos mortais para sobreviver.
Cada jogo testa habilidades diferentes, como inteligência, força física e trabalho em equipe. Além disso, exige que os participantes arrisquem a própria vida para ganhar “vistos” (cartas de baralho que funcionam como prazo de sobrevivência). Ao longo da história, Arisu encontra Usagi e, juntos, eles tentam descobrir quem controla esse mundo, qual é a origem dos jogos e como voltar para a realidade.
O jogo final
Como uma grande fã da série, eu estava muito aflita para saber como eles iam continuar contando a história de Borderland, uma vez que a segunda temporada conseguiu deixar as coisas explicadas. Ok, ainda existe a carta coringa, mas não tinha tanta necessidade assim. Entretanto, conforme foram saindo mais informações sobre a terceira temporada, eu fui entendendo que essa fase seria muito mais inspirada no spin-off do que uma continuação. Então, quando comecei a assistir, eu já estava esperando algo um pouco mais focado em Arisu e Usagi do que em Borderland mesmo. Mas, óbvio, eu ainda tinha muito medo de me decepcionar com a temporada.
Confesso que, no primeiro episódio, fiquei muito empolgada e apreensiva para saber se a motivação de Arisu voltar para Borderland era realmente tão importante assim. Uma vez que Usagi não pensou nele para seguir esse caminho. Mas, ao decorrer dos episódios, a história foi ficando mais clara e maravilhosa. Afinal, Alice in Borderland é uma história riquíssima, cheia de metáforas, personagens altruístas e cheios de falhas.
E falando em personagens, os novos jogadores são bem cativantes e interessantes. O legal é que eles conseguiram, mesmo com poucos episódios, contar um pouco de cada um deles, fazendo com que nos apegássemos e sofrêssemos com cada morte. Além disso, Arisu e Usagi ainda são os melhores jogadores e faz total sentido eles sempre serem os líderes das equipes durante os jogos.

Em quem confiar?
Agora, falando dos jogos. Nessa nova fase, a carta Coringa nada mais é que um grande jogo que tem várias equipes e existe uma ordem para seguir nas arenas de jogos. Dessa vez, o jogador não escolhe qual jogo jogar, ele é obrigado a seguir aquele caminho e aquele jogo. O que é legal, pois aí já mostra uma dinâmica nova.
Outro ponto aqui é que os jogos continuam bem intensos e muito mais psicológicos. Boa parte envolve traição e raciocínio lógico. Um dos meus jogos favoritos foi o jogo Caça ao Zumbi e, sem dúvidas, o último. O último jogo é um jogo que, ao mesmo tempo, dá para jogar em equipe como também individual, mexe muito com a cabeça dos jogadores. Aliás, foi nesse jogo que conseguimos conhecer mais dos novos participantes.
O que dizer da terceira temporada?
Minha percepção sincera sobre essa temporada é que ela tinha tudo para dar muito errado. Até o episódio 5, parecia que nada seria acrescentado, além de parecer que tudo estava correndo para conseguir entregar algo no último episódio. Mas, no meio do 5º, a série ganha uma reviravolta no andamento e chegamos ao último jogo, que é muito mais emocionante do que os outros. Afinal, eles vão ter que achar a saída e, ao mesmo tempo, escolher o futuro que desejam. E, óbvio, isso requer traição, cabeça fria e morte. Sem dúvidas, quando o jogo começa, a série ganha outro ritmo e outro tipo de envolvimento.
+ Alice in Borderland: Entenda o significado dos naipes do baralho
Quando chegamos ao último episódio, tudo fica claro como água do que realmente significa a terceira temporada. Como disse, mesmo sendo um spin-off, essa fase tem muito para apresentar e, principalmente, explicar. Quando conhecemos o verdadeiro sentido da carta Coringa, tudo passa a fazer sentido e todas as teorias criadas nas temporadas anteriores começam a ser confirmadas. Aliás, Borderland é aquele meio entre a vida e a morte que todos vão passar um dia.
Inclusive, a ideia principal do “recrutador” dessa fase é justamente trazer ex-jogadores para tentar convencê-los a se tornarem cidadãos de Borderland. Ou seja, todo mundo ali tem em comum que um dia já viveram a experiência de quase morte. Não necessariamente no acidente do meteoro em Shibuya, mas em algum momento de suas vidas. Vale dizer que boa parte dessas pessoas não se lembra completamente do que aconteceu, mas, ao longo das rodadas, elas vão se recordando. Principalmente Arisu, que acaba lembrando de todos os ex-companheiros de jogos.

Conclusão
Preciso concluir dizendo que estava muito apreensiva com o que iria encontrar. Eu amo essa série e seria muito triste ela acabar de um jeito raso. Mas estamos falando de Alice in Borderland, é bem impossível a série que é tão rica em história e personagens acabar rasa. Confesso que, no meio dela, eu estava com muita raiva do caminho que a série estava indo, principalmente quando entrou na jogada o bebê (traumatizada com Round 6). Mas, quando cheguei às últimas cenas, eu realmente não consegui parar de chorar. Ver o quanto o Arisu lutou para salvar a sua amada porque ele sonhava com a família, em como a Usagi entendeu que, mesmo com a dor do luto, viver e seguir em frente ao lado de quem a ama era a melhor opção. Os sacrifícios que alguns personagens fizeram. Mas, principalmente, ver todos os antigos personagens aparecendo e contando o que a vida significa, me pegou desprevinida.
Sem dúvidas, essa temporada fecha com chave de ouro todo o ciclo que começou lá em 2020, com uma série baseada em um mangá que conquistou muitos fãs e deixou todo mundo com o coração partido a cada perda de personagens. Alice in Borderland é uma história que fala sobre amor, autoconhecimento, amizade, traição, família, o que é certo e errado, egoísmo, altruísmo e muitos outros assuntos. É uma narrativa que mistura o mitológico com a realidade e nos deixa pensativos por um bom tempo. Eu simplesmente amei o desfecho e espero que pare por aí, pois não precisamos de mais. Vamos deixar os sobreviventes viverem felizes agora.




