Wicked: Parte 2- Toda escolha tem sua consequência!

Com a missão bem arriscada de trazer um novo ar ao segundo ato, Wicked: Parte 2 chega com impacto e emoção para encerrar a trajetória. Mas, se tem algo tem que esse filme nos mostra é que toda escolha tem sua consequência. Não só em sentido narrativa como também decisões para o projeto. Por isso, vamos falar sobre Wicked: Parte 2:
Veja também- Wicked (Parte 1): Um espetáculo para o gênero musical
Não é excepcional quanto o primeiro:
Em primeiro lugar, vou falar o motivo que não considero tão incrível quanto o primeiro longa. Qualquer fã da peça sabe que o primeiro ato do musical é bem mais adorado e equilibrado que o segundo ato. Mesmo com momentos marcantes, perde um pouco da magia. E isso acaba refletindo no longa de 2025. Eu acredito que isso ocorre nos momentos em que as característacas marcantes das protagonistas são reforçada demais, sendo que o público já sabe. Na verdade, a produção tinha a chance de desenvolver outros detalhes da história que não são tão comentadas. Por exemplo, o Fiyero e sua posição atual ou até mesmo a Nessarose.
Porém, não estraga a experiência por completo, já que também conseguiu acertar em detalhes que até os fãs não ligavam muito. Para começar, basta perceber que o cineasta sabe que a amizade de Elphaba e Glinda é o grande trunfo da obra, então reúne as duas protagonistas bem antes do esperado narrativamente, em comparação à peça original. Com isso, temos momentos mais emocionantes como a adição de Ariana Grande em “Wonderful”, inicialmente um solo do Mágico. Afinal, mesmo sendo Jeff Goldblum, existe um limite para a paciência geral da humanidade para ouvir o personagem cantando sozinho por muito tempo.
Músicas que marcam e as que são esquecidas:
Apesar de termos cenas a mais da dupla principal, além de desdobramentos de personagens coadjuvantes, nem todas as adições feitas em Wicked: For Good são muito relevantes. E eu falo disso nas canções novas “No Place Like Home” e “The Girl in the Bubble”. Elas tem um sentido para a narrativa e são bem produzidas, mas não tem o impacto de outros momentos mais bem-sucedidos.
Porém, quando o assunto é canções, “No Good Deed” e “For Good” emocionam e arrepiam do fio de cabelo até os dedos dos pés. A primeira é mais uma performance sólida e Cynthia Erivo mistura potência vocal com expressões marcantes nessa difícil canção, que marca a reviravolta de Elphaba. E a última marca um dos principais pontos do projeto: a importância de uma amizade verdadeira. E as nossas garotas entregam todas as emoções em cada nota e agudo.

Cynthia Erivo e Ariana Grande dominam cada cena:
Cynthia Erivo e Ariana Grande finalizam suas jornadas de forma magistral. O talento, a entrega e as performances musicais são de encher os olhos, provando que a espera valeu a pena para este encerramento. Erivo, com sua potência vocal inigualável, atinge novos patamares de emoção, enquanto Grande demonstra a evolução de Glinda, entregando uma performance doce e surpreendentemente dramática. Os fãs vão se divertir e, ao mesmo tempo, se emocionar em diversos momentos, pois o filme tem seus altos momentos de emoção, assim como algumas surpresas que deixarão o público vidrado do início ao fim.
No elenco coadjuvante, Jonathan Bailey e Michelle Yeoh seguem como destaques em certos momentos dramáticos. Mas, a transformação de Boq mostra que Ethan Slater tem mais talento escondido atrás da bondade meio loser do personagem. Como eu falei, anteriormente, eu sinto que Fiyero tinha muito a nos dizer e, por isso, merecia um solo ou algo a mais.
Sim, vale a pena assistir Wicked: Parte 2!
Não se surpreenda quando não ver o rosto de Dorothy nos cinemas este ano, pois ela não importa. Essa é a história não contada das bruxas de Oz: uma história sobre preconceito, mentiras, políticas. Wicked: Parte 2 é um final digno para uma história atemporal, um filme que celebra a amizade, a verdade e o poder de ver além das aparências. De fato, é um triunfo para o cinema musical.




