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Não perca a crítica da série "Wandinha"

Depois de muita espera, a série “Wandinha” chega a Netflix com um ar investigativo adolescente sob o olhar da primogênita da Família Addams. Aliás, a personagem sempre trazia um ar de mistério e despertava curiosidade sobre seus métodos peculiares. Agora, acompanhamos sua trajetória, vivida por Jenna Ortega, saindo de seu núcleo familiar após um incidente com piranhas e genitais de bullys cortados. Então vai para a escola interna de Nunca Mais, situada na cidade de Jericho, onde supostamente todas as crianças que estudam lá também são “excluídas”. Mas, nem tudo é o que parece ser. Por isso, vamos ver mais da série “Wandinha”:

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Investigação no ar:

Veja mais sobre a série "Wandinha"

Ao chegar em “Nunca Mais”, podemos acompanhar a exploração pequenos pedaços na construção do universo da série. Afinal, mistura do macabro com drama adolescente já foi visto antes. A escola é composta por diversas criaturas do imaginário do terror, vampiros, górgonas, lobisomens, etc. É divertido acompanhar a exploração desse mundo aos olhos de Wandinha, muitos elementos da instituição são piscadelas para o público e brincadeiras autoconscientes do teor gótico e sombrio que gira em torno da adolescente.

Um dos maiores brilhos da série, ironicamente, é esse culto ao gótico na visão de Tim Burton, que também atua como produtor executivo. O diretor usa esse mundo de terror para o visual macabro e com toques sombrios que são comuns na sua direção. Burton assina os primeiros 4 episódios da série e fica claro sua presença nesse início. Também temos a autoconsciência do “cartunesco” e bobo que giram em volta do imaginário da personagem. O mistério que está sendo investigado ao longo da temporada passa muito longe de ser cativante e profundo. Mas sim uma aventura que brinca com o bizarro e serve para trabalhar a visão gótica de Wandinha pelo o mundo.

Jenna Ortega entrega tudo:

Crítica da série "Wandinha"

 

A atuação de Jenna Ortega segue os mesmos trejeitos icônicos da figura . Wandinha é cruel, irônica, sincera e essas manias só trazem mais charme. Sem contar que Ortega adiciona mais profundidade, nos mostrando um lado mais íntimo da gótica de maria-chiquinhas. Muitos momentos vemos a protagonista demonstrando emoções em pequenos lapsos e trejeitos faciais, nunca deixando vazar a sua persona fria.

Acompanhando Ortega, temos o elenco coadjuvante dos estudantes de “Nunca Mais” e moradores de Jericho. Gwendoline Christie encarna a diretora da escola, trazendo uma figura imponente mas misteriosa. Emma Myers vive a colega de quarto da protagonista, Enid, e traz consigo uma aura colorida, que cria um conflito direto com a rainha gótica. Apesar de seu nome da série, esses personagens tem seus conflitos e interesses à parte de Wandinha, saindo como algo extremamente positivo, entregando vida e substância para cada coadjuvante.

Caminhos Estranhos:

Confira tudo sobre série "Wandinha" na Netflix

Mesmo estranhando nos primeiros momentos, o caminho segue em direção a um caminho mais sensível, com a personagem “se tornando uma pessoa melhor” na conclusão de seu arco. Tal trama consegue entregar situações interessantes ao longo da série, a relação de Wandinha e Enid são umas das coisas mais belas, desde a concepção do quarto das duas, até seus embates por serem tão diferentes.

Gandja Monteiro e James Marshall assinam a direção dos 4 últimos episódios, e ao invés da autoconsciência presente na direção de Burton, buscam apelar para o melodrama adolescente. Tal aspecto não seria de todo um ruim, mas esse melodrama passa longe de uma sensibilidade genuína, no lugar, temos um melodrama comum em outras produções adolescentes da Netflix (infelizmente a construção de universo não é a única coisa que eles têm em comum com Sabrina). Então quando encontramos Wandinha tendo seus primeiros momentos de intimidade, apesar da competência da atuação, esses momentos não soam naturais. É interessante a ideia de ver a jovem Addams crescendo e tendo que lidar com os problemas da adolescência, mas o melodrama de algoritmo pasteurizado não ajuda a manter esse interesse.

Conclusão:

Mesmo com todos os tropeços ao longo dos seus 8 episódios, “Wandinha” consegue se distinguir o suficiente para se tornar uma boa adição ao catálogo da Netflix. A visão Geração Z de uma personagem que transcende gerações desde os anos 90 trouxe um ar confortável, porém gótico e macabro, colocando Wandinha novamente no imaginário popular como a Dark Queen que ela merece ser.

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