“Quanto mais perto você olha, menos você vê”, esse é o princípio da mágica e da saga Truque de Mestre, que chega com o seu terceiro ato, após quase 10 anos do lançamento do segundo filme. O que podemos esperar dessa nova sequência depois de tanto tempo? Uma coisa é certa: Os Cavalheiros estão prontos para o seu próximo truque.
Nessa nova trama, junto com uma leva de jovens mágicos, Os Cavalheiros são novamente recrutados pelo Olho para uma nova missão envolvendo o diamante mais valioso do mundo.
O terceiro filme conseguiu trazer de volta todos os atores originais, inclusive a Isla Fisher, que não esteve presente na continuação de 2016. Como se passaram 10 anos, os personagens explicaram o que cada um ficou fazendo nesse tempo, fazendo jus à personalidade de cada um.
Batalha de geração
Acredito que o foco principal do filme seja uma entrega de bastão para uma nova geração de mágicos que surge. Além dos protagonistas que conhecemos, mais três jovens mágicos nos é apresentado e se juntam ao elenco principal.
Realmente fizeram uma batalha, o velho versus o novo, é o novo dizendo “olha como sou mais inteligente que você, como sei usar tecnologia, como agora temos celulares e somos melhores”, claro que não com essas palavras, mas vocês entenderam a ideia. Eu não curti esses momentos, tem certas cenas do filme que causava vergonha alheia.
Confesso que também não sou fã de pegar uma franquia de sucesso e fazer um novo filme, anos depois, com a proposta de entregar para uma nova leva de atores jovens. Eu gostaria de ter visto mais aventuras dos Cavalheiros originais, sem essa nova geração.
Mesma fórmula
Repetindo a fórmula de sucesso dos dois primeiros filmes, Truque de Mestre 3 funciona da seguinte maneira: os mágicos são recrutados pelo Olho, bolam um grande plano a lá Robin Hood (tirar dos ricos e devolver aos pobres), truques de mágica, ilusionismo, reviravoltas e plot twist de vingança.
Achei até que o enredo de vingança não ia acontecer, pois só foi revelado no final, mas como é Truque de Mestre, não poderia ser diferente. Só podia ter sido mais bem desenvolvido, como foi com o personagem do Mark Ruffalo no primeiro.
Enredo
Truque de Mestre 2 teve a história diretamente ligada ao primeiro filme, foi de fato uma sequência. Os mesmos personagens, com o acréscimo de alguns novos atores, e basicamente a mesma história. Esse terceiro é um pouco diferente, é uma nova trama e uma nova vilã, interpretada magnificamente pela Rosamund Pike, nossa Garota Exemplar.
O objetivo foi um pouco clichê: roubar um diamante e expor a vilã. Faltou um pouco mais de desenvolvimento dos assuntos, trouxe muita coisa junto, como traição familiar, psicopatia, reparação histórica e até um pé no nazismo.
Nos dois primeiros filmes, você acredita nos truques. São irreais, sim, mas você compra a ideia. Com um policial infiltrado, você entendia e pensava “sim, é possível roubar um banco em Paris estando em Las Vegas”, ou “sim, acredito que roubaram um cofre de segurança máxima”. Nesse é necessário abraçar o lúdico, o fantasioso, porque tem momentos que você não acredita que aquele truque realmente seja possível. Inventaram demais.
O filme foi um grande fan service para os fãs da saga. Os Cavalheiros todos reunidos, truques de mágica e velhos personagens sendo tragos de volta. Não falarei quem voltou, pois foi uma grata surpresa vê-los novamente.
Falando em truque de mágica, ponto positivo demais para uma cena feita todo em plano sequência, homenageando os clássicos do ilusionismo: a menina que troca o vestido no papel picado, a carta que some e aparece em um lugar inusitado e o objeto que desaparece da mesa e ressurge em fundo falso. Foi um quentinho no coração.
Considerações finais
O filme terminou de uma forma que deu a entender que haverá uma continuação. Provavelmente será apenas com os novos personagens. O elenco principal não deve retornar.
Acredito que o filme perdeu um pouco da proposta inicial, principalmente da sua linguagem, para se adequar aos novos tempos e a nova geração que surge e consome filme.
Truque de Mestre 3 tem tudo o que saga tem de bom: ilusionismo, truques de mágica e plot twist. Tirando alguns detalhes apontados, vale a pena assistir, mas não compare com a obra-prima que foi o primeiro.
