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os Companheiros Silenciosos, plcas de madeira presentes na obra
Com toda certeza vocês já sentiram amor à primeira vista por algum livro. Olhou e disse: “Eu preciso ler essa história”. Foi isso que aconteceu comigo e com “O Silêncio da Casa Fria”, da autora Laura Purcell.
O livro se passa em 1865 e Elsie acabou de perder o marido com quem tinha acabado de se casar. Para evitar os comentários da cidade grande de Londres, o irmão da jovem sugeriu que a mesma fosse para a casa de campo do falecido para tentar se recuperar. Entretanto, essa casa é afastada de tudo e isolada até mesmo do vilarejo mais próximo.
Tudo estava indo bem até Elsie resolver começar a abrir portas da casa que deveriam se manter fechadas. Nessas aventuras a nossa protagonista descobre objetos um tanto quando peculiares. Esses objetos são os Companheiros Silenciosos que nada mais é que placas de madeiras em forma e tamanho real de uma pessoa em seu cotidiano.
![O Silêncio da Casa Fria, de Laura Purcell](http://manualgeek.com.br/wp-content/uploads/2020/11/WhatsApp-Image-2020-11-10-at-18.41.13.jpeg)
Bom não quero dar muito spoiler porque acho que tudo nessa história tem um motivo e ela é muito cheia de detalhes que se você acabar descobrindo antes do momento perde a graça. Mas a história irá se desenvolver no mistério desses companheiros e o que eles representam.
No início quando comecei ver as pessoas falando sobre ele eu fiquei com os olhos brilhando desesperada sentindo que eu precisava conhecer a história desse livro. Eram muitos elogios e comentários que era uma das melhores leituras do ano. Então é obvio que quando finalmente consegui ler o dito cujo as minhas expectativas estavam lá no céu. Contudo, quando comecei a leitura eu julguei que não seria nada daquilo esperado.
A história se passa em três momentos, 1865 agora com a Elsie internada, no passado com as memórias da protagonista e em 1635 quando tudo começou. Diante disso, pensei “já era, esse vai e vem na linha do tempo”. Torci o nariz porque sim, livros com esse vai e vem acabam me incomodando. Porque é difícil achar algum autor que consiga desenvolver isso muito sem deixar a história arrastada e cansativa. Porém, me enganei com relação a Laura.
A escrita da autora é sensacional, leve e fluída. Você lê e consegue visualizar o que está sendo narrado pois a autora é muito minuciosa na descrição. E tudo ali narrado faz parte de um grande quebra cabeça que você tem que prestar atenção para no final ligar tudo.
![O Silêncio da Casa Fria, de Laura Purcell](http://manualgeek.com.br/wp-content/uploads/2020/11/WhatsApp-Image-2020-11-10-at-16.09.29.jpeg)
Outra coisa que me chamou muita atenção no livro foi o desenvolvimento dos personagens e como a autora conseguiu trabalhar muito bem todos eles. Afinal, por mais que Elsie seja a protagonista, os outros personagens são tão importantes quanto, eles fazem parte e tem um motivo por estarem ali (ok que alguns não iriam fazer a diferença, mas a sua maioria sim). Isso me agradou muito, pois não foi apenas jogado, eles tinham uma história e seus demônios próprios para brigar.
Não posso dizer que isso me incomodou, mas uma das coisas que mais me deixou triste digamos assim é que eu esperava algo me mexesse com a minha cabeça e me deixasse sem dormir. No entanto, não foi bem assim. Na verdade é um livro de terror gótico que tem muito mais função de te impressionar do que te deixar assustada, claro que ele também possui muitos momentos de adrenalina que o leitor fica suando frio e desesperado pela situação em que o personagem se encontra. Então mesmo sem o tradicional medo e susto, esses momentos de tenção são perfeitos.
O que me fez não favoritar essa leitura é o fato de mesmo sendo uma história redondinha com início, meio e fim, algumas pontas ficaram soltas e eu senti uma pequena correria no final que me incomodou. É um final surpreendente que sinceramente eu não esperava, valeu muito. Contudo, ainda acho que faltou trabalhar alguns outros pontos.
O Silêncio da Casa Fria é um livro que tem uma pegada muito Shirley Jackson então é fácil olhar as cenas e lembrar de histórias como Sempre Vivemos no Castelo. É um livro que recomendo muito para quem quer começar a ler o gênero do terror. Sério, você não ira se arrepender.
Nossa miga, falou tudo no final, eu sabia que esse livro me remetia alguma coisa, só não sabia o quê. E, de fato, tem uma cara de Shirley Jackson! Amei a história e o final para mim também foi surpreendente!