Finalmente li O Bebê de Rosemary, de Ira Levin. O clássico do horror entrega exatamente o que propõe e mexe com o leitor do início ao fim.
Conheça a história de ‘O Bebê de Rosemary’
Rosemary Woodhouse parece ter, finalmente, realizado todos os seus sonhos. Casada com um jovem ator por quem é apaixonada, logo muda-se para um apartamento aristocrático no imponente e prestigiado edifício Bramford. O prédio, célebre pela arquitetura vitoriana e pelos residentes famosos, é um cenário idílico para emoldurar o nascimento de uma grande paixão. Um início perfeito para uma jovem romântica, que planeja se dedicar à família e às alegrias do lar.
Poucos meses após a mudança, Rosemary é agraciada pela semente divina da vida. A felicidade transborda de seu corpo e o fruto de seu ventre é aguardado com entusiasmo pelo marido e pelos novos vizinhos. No entanto, o sol brilha por pouco tempo, e o universo melancólico e assustador vai ganhando forma e sufocando, pouco a pouco, a jovem mãe, o bebê e os leitores.
Sobre o clássico do horror
O Bebê de Rosemary foi publicado em 1967 e explora a atmosfera sombria dos clássicos góticos.Com uma trama sobre bruxas e demônios a história nos transporta para o conturbado Estados Unidos dos anos de 1960.
Como mencionei no início, a história cumpre muito bem o que o gênero do horror promete. Não é um enredo que tem o objetivo de dar medo, mas sim incomodar e aterrorizar de alguma forma o leitor.
Minha experiência lendo O Bebê de Rosemary
Antes de mais nada é bom dizer que o livro contém cenas de gatilhos e que mexem muito com o leitor. Por diversas vezes eu parava, respirava fundo e voltava a ler. Mas é aquilo, é uma história que tem como objetivo mexer e incomodar.
Quando comecei a ler eu já imaginava o que estava por vir, mas me surpreendeu a forma serena que a história se apresentou logos nos primeiros capítulos. Contudo, mesmo com uma narrativa mais tranquila nos três primeiros capítulos, era nítido que existia uma tensão que a qualquer momento iria explodir. E isso me deixava ansiosa para chegar logo nessa parte.
O que deixa tudo ainda mais angustiante é que vamos acompanhar toda a narrativa pela perspectiva de Rosemary. Isso mexeu muito comigo, uma vez que eu conseguia enxergar o que estava acontecendo ao redor da protagonista, mas ela não conseguia ver. Eu queria gritar “Mulher acorda, olha o que está acontecendo”. Sério, eu me vi tão envolvida na história que eu não conseguia parar de ler ansiosa para o momento que Rosemary iria entender tudo que estava acontecendo.
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Minhas considerações finais
O livro O Bebê de Rosemary foi uma grata surpresa de 2024. Ira Levin apresenta uma história cheia de debates, tabus e reviravoltas. O livro tem a grande virada no final, mas ao longo da história vai dando elementos para o leitor construir o grande mistério. Minha única ressalva é o que acaba do nada. Tem sentido a última cena, mas fica aquela sensação de que faltou um paragrafo para fechar com um 10/10.
Como falei anteriormente, o Bebê de Posemary é uma história que incomoda, que causa angústia e desconforto. Cumprindo assim muito bem o papel de ser uma história de horror. Ou seja, se você gosta do gênero precisa ler o quanto antes. Vale ressaltar que o livro foi adaptado para as telas em 1968, O Bebê de Rosemary permanece até hoje um marco literário e cinematográfico.
A edição que eu li foi a da Darkside de 2022 e está impecável, cheio de conteúdo extra e incluindo fotos e trechos do roteiro da adaptação.