Resenha: Lore Olympus (Vol.1), de Rachel Smythe

Diante de uma releitura de um dos mitos mais famosos da mitologia, vamos ver mais a respeito de “Lore Olympus (Vol.1)”, de Rachel Smythe. Aliás, a narrativa, lançada pela Editora Suma traz todos os personagens dos contos gregos para a modernidade. Sendo que aborda assuntos polêmicos, como abuso, fofocas e assédio. Mas, isso vamos falar aos poucos, a seguir:

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Enquanto gregos e romanos vivem em sua era arcaica, o Olimpo conta com a tecnologia dos dias de hoje. Em “Lore Olympus (Vol.1)”, os deuses que configuram a mitologia como conhecemos para tudo o que há de mais moderno. Além disso, como em toda grande família, a fofoca e as intrigas são recorrentes.

A mais nova notícia de que se tem é de que a jovem Perséfone, deusa da primavera, conseguiu escapar das garras de sua mãe super protetora, Deméter. Ao lado de sua amiga, a deusa da caça Ártemis, Perséfone começa a conhecer a vida e as brigas dos deuses e deusas do Olimpo em toda sua magnitude. Em uma festa que tem um desfecho não muito agradável, Perséfone conhece Hades, o deus dos mortos, com quem acaba se sentindo estranhamente atraída. A relação entre os dois, no entanto, não parece ser fácil ou sequer justa, já que Perséfone pouco conhece sobre a estrutura do Olimpo ou os perigos que uma relação com o deus do submundo podem lhe causar.

Dentro da weebtoon, a autora já era reconhecida pela sua história. Agora, reunindo os 25 primeiros episódios, a Editora Suma, traz uma série que vai alcançar mais público. Afinal, Rachel Smythe dá um tom contemporâneo, divertido e reflexivo a respeito dessas histórias, explorando de forma sutil temas como abuso psicológico, consentimento, relações abusivas e alguns outros. Principalmente ao trazer personagens como Psiquê e a própria Perséfone, mulheres que são colocadas como figuras submissas na narrativa para desenvolver o protagonista da história, um homem.

A história de “Lore Olympus (Vol.1)” é narrada em quadrinhos e todo o traço de Rachel é apaixonante, a coloração utilizada para definir os deuses e deusas também dizem muito a respeito de sua personalidade, assim como todo o humor ácido que a autora empunha em seus diálogos potentes e que transbordam carisma.

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Com toda a certeza, um dos principais destaques é a relação entre Hades e Perséfone. As personalidades são diferentes, mas como eles se conectam por traumas e pelo emocional. Ela, toda rosa e de olhos grandes e coração imenso e que carrega muito terror pela superproteção da mãe. Por outro lado, ele é aquela figura solitária com um coração enorme que acaba se perdendo na escuridão. Os outros veem suas sombras e o julgam por ela. Tanto que não conhecem o deus sensível, carinhoso e atencioso que existe ali.

Podemos incluir que, além de uma história de amor, também é uma narrativa de amadurecimento, em que a jovem se torna adulta ao se afastar da mãe e caminhar para novos relacionamentos e amizades. E como todas nós já sabemos, crescer é lindo, mas também dói.

Conclusão: