Vinte anos depois de As vantagens de ser invisível, Stephen Chbosky está de volta com uma pegada totalmente diferente do que vimos em seu primeiro livro. Amigo Imaginário é uma obra de horror que deixa o leitor perturbado e angustiado do início ao fim.
Esse foi meu primeiro contato com o autor e simplesmente amei!! A escrita é envolvente, fluída, cheia de detalhes e com muita emoção. Logo no início a história te envolve com a forma que o Chbosky te leva pelas ruas de Mill Grove. Cada detalhe narrado faz com que o leitor fique atento em cada coisa que acontece. Acredite, as 767 páginas desse livro vão passar e você nem vai sentir. Mas agora vamos ao que interessa.
Minhas sinceras considerações
A leitura, como falei anteriormente, é envolvente e a história linear. Nada de ficar indo e voltando no tempo ou com pensamentos soltos. O autor segue uma linha de raciocínio do início ao fim. Claro, que assim fica ainda mais fácil para o leitor acompanhar e se infiltrar no enredo.
Outra questão importante para que isso tenha acontecido, foi a construção dos personagens. São muitos personagens, no início até pensei que eu iria ficar um pouco perdida e esquecer de alguns. Entretanto, o Chbosky apresenta bem os personagens no início e ao longo do livro ele vai evoluindo e mostrando uma nova faceta para cada um deles. E acredite, todos eles tem um papel importantíssimo na história.
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O livro é dividido em 7 partes e cada uma delas acaba de uma forma de tirar o fôlego que não deixa o leitor largar o livro. Mas a leitura não é de todo assim agitado, existem algumas partes calmas e de alivio para o leitor pelo menos sentir um pouco de felicidade no meio do caos.
Quais as referências o livro possui?
Amigo Imaginário possui algumas referências religiosas que quando leitor desvenda os olhinhos brilham. Contudo, não irei entrar nesses detalhes, pois se não acabaria falando algum spoiler e todo o mistério do livro poderia ir para o lixo. Só digo para lerem e prestarem atenção em cada palavra.
Aliás, essa edição está perfeita no quesito referências. A editora fez questão de colocar pistas ao longo da história para o leitor surtar e querer chegar logo no final e descobrir qual é a tal mensagem secreta.
Se eu fiz muitas marcações? Nem te conto, mas ainda não consegui resolver o enigma porque terei que ler de novo e garantir que não deixei nada passar.
Mas Bárbara, dá muito medo?
Bom, eu sou suspeita para falar porque amo ler livros com essa vibe e sinceramente eu não senti tanto medo quanto imaginei que sentiria. No início o livro tem algumas cenas que dão sim um tipo de arrepio na espinha e mexe com a nossa cabeça. As descrições dos sentimentos e emoções dos personagens transpassa para o leitor que fica sem reação e por isso que acaba dando um certo medo e angustia. Entretanto, quando você fica tão fixado na leitura que nem consegue ter tempo para sentir qualquer tipo de sentimento de medo ou horror.
Sobre o final, ele é incrível. É um misto de sentimentos, revoltas e lágrimas nos olhos. Eu simplesmente amei, favoritei e digo apenas para lerem esse livro e se aventurarem nesse universo imaginário.
Esse é um tipo de leitura que quem gosta do gênero de terror com uma mistura de religião e sobrenatural vai A.M.A.R . O autor fez um trabalho espetacular na construção desse universo de Amigo Imaginário e quando eu falo universo é exatamente isso. A história vai muito além de uma cidade Mill Grove, vai além do que podemos imaginar.
Eu recomendo Amigo Imaginário para todo mundo que gosta de um bom livro que te prende do início ao fim e te tira o sono e fôlego.