Os Caras Malvados 2: Um retorno cheio de estilo e aprendizado

Diante de um retorno cheio de estilo e aprendizado, Os Caras Malvados 2, a sequência da DreamWorks, dirigida por Pierre Perifel e Juan Pablo Sans. Aliás, a continuação acerta em cheio ao provar que amadurecer não significa perder a graça, e sim, ganhar novos própositos. Por isso, vamos falar sobre Os Caras Malvados 2:
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Uma continuação que superou o original:
Se tem algo que podemos concordar é que a DreamWorks sabe trazer continuações marcantes de suas obras, desde Shrek até Kung Fu Panda. Mais do que franquias, são narrativas que dialogam com seu tempo, com o espectador contemporâneo. Muitas vezes trazendo camadas filosóficas, sátiras sociais e um frescor estético que falta à concorrência. E nesse caso, não é diferente. Mas, eu acredito que essa continuação superou a obra original.
Enquanto que no primeiro filme traz uma reflexão sobre escolhas, Os Caras Malvados 2 falam sobre segundas chances. De fato, é incrível a forma como Pierre Perifel transita entre esse subtexto denso e o apelo visual lúdico, sem jamais subestimar a inteligência de seu público. Porque todos merecem ser recomeçados, mas são poucos os espaços necessários para permitir que isso aconteça. E é justamente aí que reside o poder dessa narrativa. Ou seja, transformar um tema estruturalmente excludente em um convite à empatia.

Um avanço narrativo e estético:
Além das reflexões apresentadas, a história está mais dinâmica e com um tempo de comédia perfeito. Porém, no estilo DreamWorks, com contexto de duplo sentido. O que deixou o filme mais marcante e muito engraçado. Ainda conta com referências a outros filmes e deixa a obra completa.
Se o primeiro Caras Malvados tinha alguns toques de rabiscos e 2D aqui e ali, a continuação dobra a aposta na mistura técnicas de animação diferentes, inserindo texturas chapadas, efeitos coloridos e outros truques para enfim desenhar um espetáculo tão descolado quanto um filme sobre o charme dos ladrões precisa ser. A DreamWorks, aqui, parece determinada a criar um produto esteticamente distinto de seus concorrentes, algo que já havia começado em filmes como Os Croods e Capitão Cueca, mas nesse caso se consolidou como uma assinatura.

E os personagens?
Agora, vamos falar do nossoss queridos personagens. O filme mantém o carisma do original ao investir no desenvolvimento dos personagens já conhecidos e na introdução de novos rostos, como a intensa Felina, que rouba a cena com energia e presença, até mais ameaçadora do que Marmelada, vilão do primeiro longa. Por outro lado, Lobo, Cobra, Tubarão, Piranha, Redinha e Diane continuam entregando cenas cheias de personalidade, equilibrando bem ação e comédia.
Vale a pena assistir Os Caras Malvados 2?
Como eu disse, Os Caras Malvados 2 supera o seu antecessor O mais fascinante, portanto, é como todas essas camadas, sociais, políticas e morais, são costuradas com leveza em uma narrativa lúdica e acessível. O filme não prega nem pesa, mas convida o espectador a pensar enquanto ri. A comédia é usada como ponte para temas complexos, e a ação cartunesca, vibrante e ritmada, sustenta uma decupagem que compreende perfeitamente o tipo de obra que quer ser: um entretenimento genuíno, voltado a todos os públicos, sem abrir mão da inteligência.




