Baseado em um conto escrito por Joe Hill, “O Telefone Preto” traz um suspense sobrenatural com toques mais realistas. Sem muito interesse em assustar, Scott Derrickson explora a tensão e os traumas para a construção da narrativa. Além disso temos um vilão digno de medo, estrelado por Ethan Hawke. Mas será que realmente é bom?! Vamos descobrir agora:
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Traumas na Infância:
Longe dos sustos, “O Telefone Preto” é um suspense sobrenatural preocupado em criar medo pelo clima de tensão e claustrofobia crescente, aliado ao desenvolvimento de seus personagens. No primeiro ato, os traumas da infância são expostos por todos os lados, com os sequestros de crianças acontecendo na cidade. Mas, também com os problemas enfrentados na escola e dentro de casa. É aqui que os roteiristas acertam onde muitos filmes de terror escorregam: criar empatia do público com os personagens.
Dessa forma, entendemos essa realidade e o trauma com o qual cada um lida. Especialmente, temos o vínculo de apoio criado diante desses problemas. Ainda mais, o filme traça paralelo sobre experiências traumáticas e perda da inocência na infância. Junto com a violência presente nas vidas deles mesmo antes da presença do vilão de Ethan Hawke. Por sinal, Mason Thames e Madeleine McGraw, os irmãos protagonistas, estão impressionantes por causa do realismo que eles conseguem passar em cada cena e na emoção colocada nesta relação de irmandade.
O Sequestrador:
Diante dos assuntos apresentados, o longa caminha para o terror psicológico, mas aos poucos revela seus elementos sobrenaturais. O diretor, Scott Derrickson, está bem mais preocupado na criação de tensão constante e usa o ambiente de cativeiro do protagonista para progressivamente criar um clima de claustrofobia. Incluindo o desespero com a figura ameaçadora interpretada por Ethan Hawke.
Agora, o ator está simplesmente perverso e assustador como um sequestrador de crianças. Não sabemos nenhuma característica do passado do personagem. No entanto, isso funciona bem, tornando tudo ainda mais tenso e imprevisível se tratando de um psicopata. Um dos elementos mais chamativos dele é o fato de esconder seu rosto atrás de uma máscara demoníaca. Pois ,em diversos momentos, é alterada de forma e expressão, refletindo a instabilidade emocional do personagem e o mantendo ainda mais intrigante ao olhar do público. É nesse ar misterioso que Ethan Hawke consegue desenvolver a crueldade e ameaça do Sequestrador nos mínimos detalhes. Até mesmo quando ele não aparece em tela.
Conclusão:
Impulsionado pelo vilão misterioso e cruel interpretado por Ethan Hawke, “O Telefone Preto” apresenta uma história simples de terror sobrenatural com o embate entre o bem e o mal. Mas se destaca por causa da criação de tensão e claustrofobia constante, junto com os traumas da infância. É uma jornada que pode decepcionar quem esperava mais susto. Porém, nunca esquece seu foco principal: usar o fantástico como acessório a uma história muito mais assustadora por sua realidade.