O Telefone Preto 2: Morto é só uma palavra

Depois do sucesso de O Telefone Preto em 2022, agora chega aos cinemas O Telefone Preto 2. Como qualquer outra continuação que parece desnecessária, eu fiquei aflita, mas ao mesmo tempo curiosa para saber como eles iam desenvolver a história. Afinal, para quem não sabe, O Telefone Preto é baseado em um conto de Joe Hill. Ou seja, não havia uma continuação, nem uma história pronta para dar seguimento. Além disso, o nosso vilão está morto. Como eles iriam ressuscitar um personagem tão icônico como The Grabber? É uma tarefa complicada, mas, sem dúvidas, o resultado me pegou desprevenida, principalmente pela forma como conseguiram conduzir o enredo. Agora você vem comigo saber tudo o que eu achei do filme O Telefone Preto 2.
+ Relembre a história do primeiro filme
Conheça a história de O Telefone Preto 2
Quatro anos após matar e escapar de seu sombrio sequestrador, Finney tenta viver uma vida normal sendo o único sobrevivente do macabro cativeiro do Pegador. Enquanto o jovem enfrenta dificuldades para superar o trauma, sua obstinada irmã mais nova, Gwen, começa a receber chamadas do telefone preto em seus sonhos e tem pesadelos recorrentes com três garotos sendo perseguidos em um acampamento chamado Alpine Lake.
Decidida a investigar a origem dessas visões, Gwen convence Finney a visitar o local durante uma tempestade de neve. O que os irmãos descobrem é uma ligação perturbadora entre a história de sua família e o assassino que os atormenta. Atrás de vingança, o Pegador não apenas ameaça Gwen, mas se torna ainda mais poderoso após a morte, obrigando Finney a enfrentar um mal inimaginável.
A narrativa e seus detalhes
Logo no início, a história parece caminhar para o “mais do mesmo”, mas ela vai crescendo de uma forma envolvente e surpreendente. É fácil se ver preso à narrativa, ao dilema dos jovens e aos reflexos de tudo o que aconteceu com Finney. Além disso, o filme revela a conexão entre o assassino e a família, algo que inicialmente parece coincidência, mas não é.
Outro ponto interessante são as pequenas viagens ao passado mostradas nos sonhos de Gwen. A forma como o filme trabalha essas cenas é incrível, principalmente na edição, que deixa claro quando estamos em um sonho e quando estamos na realidade. É uma produção cheia de detalhes, e é preciso atenção para captar todos eles.
Sobre a motivação que traz o Pegador de volta é extremamente válida. Afinal, Finney o fez matar o próprio irmão e depois o matou. Então o motivo de vingança é querer perturbar o Finney e, principalmente, machucar a Gwen. Pois ele sabe que o jovem vai sentir muito. Sem contar que ele é muito esporte e se aproveita da sensibilidade da Gwen de viajar nos sonhos para chegar no seu objetivo.

Origem do vilão e lacunas
Na minha opinião, um dos acertos do filme é mostrar o início do Pegador e revelar quem ele realmente é. Também há toda a questão de libertar as primeiras crianças assassinadas, o que leva os personagens ao local de origem dos crimes. Isso funciona muito bem.
Por outro lado, senti falta de uma explicação mais clara sobre o motivo de o Pegador ter começado a matar. O sentido da máscara é até compreensível, já que ela se desfaz aos poucos conforme ele vai perdendo forças, simbolizando sua decadência. No entanto, a motivação para escolher vítimas infantis não é totalmente explorada, e esse ponto poderia ter sido melhor desenvolvido.
Elenco e atuações
Ethan Hawke está, como sempre, impecável e irreconhecível. Gwen, vivida por Madeleine McGraw, também entrega uma atuação marcante, mostrando um enorme potencial para o gênero de terror.
Mas quem realmente rouba a cena é Mason Thames, o Finney. Não é à toa que Hollywood tem explorado o talento desse garoto em praticamente todos os tipos de produções: filme infantil, romance, terror. É bom ver seu potencial sendo trabalhado de forma tão versátil, mostrando que ele consegue transitar por vários gêneros.
Mesmo sem ser exatamente o protagonista, já que o destaque maior é de Gwen, Finney funciona como um ótimo contraponto. Ele consegue equilibrar as cenas de tensão e adrenalina sem tirar o brilho da parceira de cena. A química entre os irmãos é um dos pontos altos do filme. Os personagens secundários também têm seu espaço e funcionam bem dentro da narrativa. Confesso que em alguns momentos fiquei apreensiva, com medo de algo muito grave acontecer… mas será que acontece?
Vale assistir?
O Telefone Preto 2 chega aos cinemas em outubro, e nada melhor para quem curte um bom clima de Halloween do que assistir a esse filme no cinema. Tenho certeza de que, se você gostou do primeiro, vai curtir bastante o segundo. Uma vez que ele mantêm a essência da história, mas traz algo novo para nos contar. E aí, vai assistir?




