O Ritual: A repetição de um subgênero que não tem evolução

Mesmo sendo baseado em evento reais, O Ritual é mais um exemplo de repetição de um subgênero que não tem evolução. Dirigido por David Midell, estrelando Al Pacino e Dan Stevens, o filme é um desperdício de potencial e nem consegue dar medo. Por isso, vamos falar sobre O Ritual:
Mais uma obra de exorcismo:
Se tem uma coisa que é comprovada é que o subgênero do terror sobre exorcismos já se tornou clichê e repetitivo. De fato, são poucos que conseguem sair da bolha. E O Ritual mostra que esse estilo de narrativa precisa de um basta ou uma reinventação. O que deveria ser um filme com potencial, já que é a história que inspirou a criação de “O Exorcista”, se tornou uma obra sem emoção e desnecessária. Além disso, o desequilíbrio entre explicações racionais (psicológicas) e sobrenaturais é mal resolvido, gerando confusão tonal.
O maior problema do filme não é só a obra em si, mas que ele resume bem como o subgênero do exorcismo não evolui. De fato, são sempre os mesmos personagens (ao estilo veterano versus jovem incrédulo) e as mesmas cenas que já vimos, ao invés de atualizar ou subverter expectativas.
Vários cortes desnecessários:
A edição é outro desastre, pois é totalmente instável com câmera tremida, zooms repentinos e estilo quase de mockumentary. O que acaba distraindo e complicando a imersão, especialmente em cenas importantes.
Esse estilo visual é frequentemente descrito como cansativo e pouco eficaz como recurso de tensão
Você pode perguntar se tem algum tipo de jumpscare ou tensão. Bem, até tem, mas os sustos e efeitos são clichês, como laringes de vomitar, levitações, gritaria em várias línguas, contorções físicas, tudo muito visto em exorcismo genéricos e sem impacto real.

Al Pacino, por que você fez isso?
Mesmo com o respeito que tenho pelo ator, eu preciso comentar dessa péssima representação. A atuação de Pacino é muito estranha. Pois tem um sotaque alemão incomum, muitas vezes descrito como cômico, que atrapalha o tom sério da história, embora sua presença ainda possa ser um atrativo para muitos espectadores. Sem contar que Pacino parece não levar nada a sério, entregando uma interpretação incomumente apagada e sem energia.
Na verdade, ninguém do elenco se salva. Todos parecem que esqueceram de trazer tensão, medo e até verdade do que está acontecendo em cena. Dan Stevens até tenta se aprofundar com seu personagem, mas é farinha do mesmo saco. Porém, eu diria que Abigail Cowen até tem uma performance interessante, especialmente com o lado mais físico. Contudo, não salva em nada nessa produção desastrosa.
Não vale a pena assistir O Ritual !
O Ritual tenta se basear em um dos casos mais documentados de exorcismo nos EUA e atrair público com nomes como Al Pacino. Mas acaba como um espécime típico de terror formulaico, com direção preguiçosa e roteiro previsível. Se procurar um terror com sustos inteligentes, tensão contínua ou originalidade narrativa, é melhor assistir O Exorcista (1973) ou outros clássicos. Este é mais uma reciclagem do mesmo saco de truques.




