Se você não viu nenhum meme sobre Caixa de Pássaros, vocês está navegando errado pela internet. O filme da Netflix caiu na boca do povo e diversas teorias e memes tomaram conta das redes sociais. Para quem ainda não tem ideia, o que acho difícil, o filme Caixa de Pássaros é uma adaptação do livro, de mesmo nome, do autor americano Josh Malerman, meu autor protegido! O livro é descrito como um Thriller psicológico e um dos mais reverenciados de 2014. Sim gente, essa história não é tão novinha assim.
Mas vamos ao que interessa, nesse post eu vou falar muito SPOILER, então se você não gosta, pare aqui mesmo a sua leitura. Agora se você gosta, vai em frente que ficará feliz.
Mesmo Malorie sendo a principal, no livro a história dos outros personagens são bem tralhadas e colocam muito mais contexto na situação. Entendemos a fascinação do Gary pelas criaturas, a determinação de cada sobrevivente, conhecemos mais afundo quem cada um é e o seu papel na casa.
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Já no filme isso passa totalmente despercebido, o foco é na situação da Malorie e no seu psicológico afetado pela “negação da gravidez”. Mas acreditem, a história não tem nada com isso, esse foi um foco totalmente equivocado do filme, até porque boa parte da história no livro é voltado para as situações na casa e não na da protagonista.
Um ponto bem legal no livro e que o autor contextualiza muito bem a história e como todos os sobreviventes faziam para se manterem vivos e a união. Como eles faziam para ir até ao poço pegar água, mapear o lugar ao redor da casa, as casas vizinhas. Como realmente os pássaros entram na vida de todos, mais uma vez, na vida de TODOS. Os pássaros não são propriedades exclusiva da Malorie, ok?
No filme toda essa situação de harmonia e trabalho conjunto passa batida. O que ele apresenta são sobreviventes fracos e egoístas. Essa nova característica deixou muitos com um pé atras e até mesmo um ódiozinho. Um exemplo é o caso de Olympia, tudo bem que ela foi a “culpada”, mas nada se explica, no filme pelo menos, o motivo dela ser assim. No livro sentimos uma pessoa de bom coração e, além disso, vemos que Gary é um manipulador tão profissional que os outros personagens, como Douglas/Don, acabam caindo nas graças dele.
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A cena da ida ao mercado chamou muita atenção, e no livro ela é um pouco diferente. Eles vão a um bar e mesmo lá dentro eles usam vendas pois as criaturas estão ali, e quem é o guia deles? Um cachorrinho. Gente, um cachorrinho! Assim como no filme, essa cena é cheia de adrenalina e tensão, porém com muito mais mistério pelo fato de saber que as criaturas estão ali e elas podem pegar qualquer um deles a qualquer momento.
Além da ida ao mercado, os sobreviventes também invadem a casa dos vizinhos em busca de medicamento e qualquer outra coisa que possa ajudá-los. Vale lembrar que eles ficam um bom tempo ali presos se aturando e tendo que trabalhar em conjunto, vamos frisar essa parte, trabalhar em conjunto para sobreviverem a cada dia.
Uma coisa boa no filme, diferente do livro, é a cena em que Malorie sai do barco em busca de algo para as crianças. No livro todo o tempo que é relacionado ao presente se passa no barquinho e acaba deixando aquelas cenas um pouco monótonas. Então, esse mini passeio da protagonista na beira do rio foi muito boa jogada para dar movimento na história, mesmo sendo bem aleatória aquela casa ali.
Agora falando do que interessa, o final! O final do livro é algo que dividiu muito a opinião dos leitores. Há quem odeie e há quem ame, no meu caso é esse último. É um final aberto que deixa a interpretação do leitor. Mesmo ele em si não sendo tão diferente assim. Malorie vai parar em um abrigo que as pessoas se cegaram para não ter que ver as criaturas, de acordo com eles essa prática não é feita mais, porém quem garante que não fazer com ela?
Um dos assuntos que mais vejo rolar na internet é como são as criaturas. De acordo com o autor, ele mesmo não sabe o que são as criaturas, não é algo divino nem nada, talvez sejam os nossos piores medos, as coisas que mais odiamos. Josh diz “Eu sei tanto quanto Malorie, Tom, Felix, Don e Olympia.”. Ou seja, ele também tem os olhos vendados.
Algumas curiosidades sobre a história:
– O autor tinha uma rotina bem rigorosa para escrever o rascunho de Caixa de Pássaros. Ele acordava às 7 da manhã todos os dias, ligava a máquina de café, deixava os seus pássaros saírem da gaiola (de verdade) e sentava para escrever até meio dia.
– Para Josh, Malorie é como uma irmã, como se fossem melhores amigos.
– Josh Malerman estava bem ansioso para ver como ficaria o visual e a música do filme. Para quem não sabe o mesmo possuiu uma banda.
– Uma cena que o autor estava bem nervoso para ver foi a cena do nascimento.
E aí? Você leu e viu o filme?