Livro x Filme: A Longa Marcha- Desde a narrativa até o final do enredo

Sendo um lançamento recente, vamos falar das diferenças entre livro e filme A Longa Marcha, desde a narrativa até o final do enredo. Aliás, mesmo com mudanças, o longa preserva o horror psicológico. Por isso, vamos falar das diferenças entre livro e filme A Longa Marcha:
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Qual é a história?
Baseado na obra de Stephen King, o enredo se passa num futuro distópico em que os Estados Unidos vive sob um regime autoritário em que uma competição mortal recruta todo ano um grupo de cinquenta jovens meninos para o que eles chamam de A Longa Marcha. Um dos escolhidos desse ano é o adolescente Ray Garraty e a regra é clara: se mantenha caminhando, sem parar para não ser baleado enquanto essa prova brutal de resistência é transmitida para milhares de espectadores ao redor do país.
É preciso andar e andar até o último sobrevivente permanecer de pé. O prêmio é ser concedido um único desejo pelo resto da vida, mas será preciso lutar para sobreviver aos obstáculos e à exaustão. Se qualquer um tropeçar, cair, andar no limite da velocidade permitida ou sentar, recebe um aviso. Após três comunicados, você está fora permanentemente.
De forma geral, temos uma excelente adaptação:
Lançado originalmente em 1979, o romance sempre foi considerado um dos trabalhos mais duros e existencialistas do autor, refletindo medos coletivos em tempos de repressão e guerra. Agora, em sua adaptação cinematográfica, temos uma história bem parecida. O filme apresenta uma maratona distópica e letal em que jovens são forçados a caminhar sem parar sob ameaça de morte. No entanto, enquanto a essência permanece, a forma como a narrativa se conclui nos cinemas toma um rumo inesperado em relação à obra original. Porém, vamos aos poucos:
Livro x Filme: A Longa Marcha

Na narrativa:
O filme tende a simplificar a complexidade alegórica do livro, tornando a história mais linear, focada em ação e confronto pessoal, mas mantendo a crítica social e a desumanização presentes no material original. O filme adapta o conceito da marcha contínua para uma experiência cinematográfica mais acessível, com a redução da velocidade e do número de participantes, ao mesmo tempo que explora a tensão e o choque da experiência.
O destino de Stebbins:
Livro: Stebbins é o segundo colocado e morre de exaustão nos momentos finais.
Filme: O personagem sucumbe à doença antes da reta decisiva. Com isso, o embate se limita a Garraty e McVries, retirando o elemento surpresa e o peso dramático que Stebbins representava como figura calculista e misteriosa.
As motivações de Garraty:
Livro: Garraty é movido por uma atração pela marcha em si, aproximando a narrativa de um tom alegórico que explora temas como resistência e o sentido do sofrimento.
Filme: A motivação de Garraty é alterada para vingança pela morte de seu pai pelo Major, tornando-o mais reativo e impulsivo, focando em um conflito pessoal mais concreto.
O grande vencedor de A Longa Marcha:
Livro: Raymond Garraty é o vencedor, terminando a marcha sozinho, ignorando o prêmio e o Major, num desfecho mais metafísico e aberto a interpretações sobre a natureza da marcha e da resistência humana.
Filme: Peter McVries é o vencedor, amigo de Garraty, que, após a morte do amigo, decide matar o Major em um ato de vingança, quebrando sua moral e introduzindo uma catarse violenta e mais direta ao final.




