Invocação do Mal 4: O último ritual- A aposentadoria chega para todos

Comprovando que a aposentadoria chega para todos, Invocação do Mal 4: O último ritual encerra muito bem a saga dos Warren. Mesmo com seus defeitos, o filme chega com uma proposta bem emocionante, elementos aprofundados e muita tensão. Então, vamos falar de Invocação do Mal 4: O último ritual:
Veja também- Invocação do Mal: Quais são os casos de Ed e Lorraine Warren?
Adeus aos Warren:
Quando pensamos no gênero do terror atual, poucas franquias têm o mesmo impacto no cenário do entretenimento quanto Invocação do Mal. Afinal, a série de filmes resgatou o interesse em histórias de exorcismo, demônios e entidades sobrenaturais. Tanto que o seu impacto gerou outras obras com os mesmos temas. Mas, a saga criada por James Wan é uma homenagem ao popular trabalho dos demonologistas Ed e Lorraine Warren e nos encanta através de histórias competentes, envolventes, arrepiantes e muito bem conduzidas.
É claro que esse assombroso universo tem seus altos e baixos. Agora, somos convidados a conhecer o caso mais tenebroso da carreira dos Warren em uma trama multigeracional que toma forma em Invocação do Mal 4: O último ritual. Dirigido por Michael Chaves e inspirado no Caso Smurl, que tomou as manchetes dos Estados Unidos em meados dos anos 1980.
Um encerramento que valeu a pena:

Em primeiro lugar, vou comentar que recebemos um bom filme de encerramento dessa franquia super bem sucedida. Apesar dos filmes que não agradaram tanto, o quarto filme veio com a proposta de apresentar elementos pouco comentados nos trabalhos anteriores. A vida do casal paranormal, Ed e Lorraine Warren, é mais explorada do que nos filmes anteriores. É claro que sempre tivemos contexto nas outras obras, porém, neste caso, vemos a relação de seu primeiro caso com o nascimento de sua filha, Judy. O que deu mais profundidade e um ar mais completo para história. Mas, sem esquecer de suas características principais, como a invesitgação do caso e os seres sobrenaturais.
O filme nos leva para a Pensilvânia e resgata os dias de glória da franquia, mergulhando de cabeça em uma mistura entre terror, suspense e drama que é dosado com sabedoria e com uma clara paixão cinematográfica pelo legado dos filmes. Chaves, que não é nenhum estranho a esse esotérico cosmos, parece ter aprendido com os erros de um passado não muito distante e constrói uma carta de amor para Wan com claras referências estilísticas, além de empregar easter eggs para os fãs de longa data.
Mas, não significa que não tenha seja perfeito:
Como eu disse anteriormente, o filme explorou elementos não tão comentados nos demais longas, algo que foi bem interessante de ser assistido. No entanto, comentar muito sobre esse lado deixou a obra mais arrastada. Sendo que tem 136 minutos (2 horas e 16 minutos) no total, o que faz da produção a mais longa de toda a saga dos Warren. O Caso Smurl não tem muitos detalhes abrangentes (na verdade, é bem objetivo), mas focar demais em um lado da história não significa que é uma boa saída. O ideial seria equilibrar as partes para que o filme ficasse mais harmônico e não tão arrastado.
Também preciso enfatizar que em alguns momentos que, suspostamente, seriam para nos deixar mais tensos ou assustar acabam sendo desperdiçados. Os elementos sobrenaturais ficam tanto tempo olhando para os personagens ou esperando demais que esquecem de dar uma certa emoção. É como se o take estivesse esperando para algo mais, contudo, nada acontece.

O casal paranormal enfrenta o passado para um futuro melhor:
Patrick Wilson e Vera Farmiga, que reprisam pela última vez seus papéis com Ed e Lorraine, mantém a inescapável e estonteante química de que desfrutam desde a estreia da saga em 2013, nos guiando através de uma concisa e sólida jornada tour-de-force que, mesmo repetindo certas fórmulas, funciona em sua completude.
E é claro que a dupla de protagonistas não está sozinha nessa empreitada, sendo acompanhados por nomes como Mia Tomlinson, Ben Hardy, Rebecca Calder e outros. Vale mencionar que alguns personagens da franquia retornam e podem parecer cansadas e se traduzem em alguns equívocos rítmicos. Mas Chaves constrói a atmosfera de tensão de maneira exemplar e que, em sua maior parte, ofusca esses erros.
Invocação do Mal 4: O último ritual é uma carta de despedida emocionante:
Apesar dos seus defeitos, não podemos deixar de comentar que Invocação do Mal 4: O último ritual é uma despedida emocionante e eficaz para a franquia. Pois são anos acompanhando os seres e casos de Ed e Lorraine Warren que marcaram o gênero do terror. Tanto na edição quanto na história. A história nos relembra que podemos enfrentar nossos demônios e nunca deixar que nos domine por completo. Não é apenas uma adição digna na franquia, mas também o final perfeito.




