Que Sarah Paulson é uma atriz espetacular todo mundo já sabe, mas já imaginaram ela como uma mãe obcecada capaz de adoecer a filha para que ela nunca lhe abandone? Pois bem, agora você tem Sarah nesse papel em Fuja.
No filme Fuja vamos conhecer Chloe, uma adolescente que está limitada a uma cadeira de rodas e possui diversos problemas de saúde. A jovem vive com a mãe Diane, a única pessoa que ela tem contato além dos médicos. No entanto, o comportamento estranho apresentado pela matriarca começa a deixar a jovem desconfiada. Quando ela vasculha alguns documentos particulares da mãe, descobre um certificado de mudança de nome. A partir daí, a jovem começa a desconfiar de tudo o que Diane faz, suspeitando que algo muito mais sinistro está por trás de tudo.
Estrelado por Sarah Paulson e Kiera Allen, escrito e dirigido pelo cineasta Aneesh Chaganty, Fuja é uma releitura do caso de Dee Dee Blanchard e Gypsy Rose. Assim como a série The Act e o livro Rose Gold. Na verdade, podemos dizer que temos muitas adaptações baseadas nesse caso e cada uma delas apresenta um final diferente, contudo, aqui vamos falar de Fuja.
Surpreendente desenvolvimento
O suspense tem um desenvolvimento tenso que já começa com bastante adrenalina quando a filha começa a desconfiar da mãe. É um filme que prende qualquer pessoa por ter uma trama muito bem traçada e um ritmo de crescimento muito bom. Em nenhum momento você sente arrastado ou cansativo, muito pelo contrário é muita emoção, adrenalina e suspense que você nem sente o filme passar.
O filme causa bastante angustia conforme as revelações vão vindo átona. Além disso, essas descobertas vão mudando a forma como enxergamos as personagens. Afinal, o roteiro de Fuja transpassa pela mente de uma pessoa obcecada por controle até a força de vontade de alguém querendo escapar de uma prisão. O atrativo é que o filme vai respondendo cada lacuna que vai aparecendo. Você em momento algum vai ficar com dúvida de algo, principalmente do final.
Final ou ame ou odeie
Já que citamos o final, queria dizer que ele é excelente. Até agora um dos melhores finais de história com essa temática. Quando chega na última cena você fica sem entender, mas existe um plot que ou você levanta e aplaude, ou você fica indignado, é os extremos. Eu amei, pois é o final que condiz muito com o rumo que as personagens tomaram.
Personagens complexas
Falando nas personagens, eu não poderia deixar de contar o que achei dessas duas mulheres inteligentes e complexas desse filme. Eu não posso deixar de fala da atuação de Sarah. Não é surpresa para ninguém que essa mulher arrasa em qualquer papel, mas nesse em particular ela está extremamente assustadora. Seu tom de voz, seu olhar que mistura maldade e dissimulação. Por muitas das vezes você chega até duvidar de que a Diane é capaz de fazer tanta maldade, mas no desenvolvimento da história ela vai transformando e mostrando um lado sombrio que só Sarah consegue dar aos personagens. Um tom cruel e “inocente” certeiro para quem sofre da Síndrome de Münchausen.
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Mas pra mim o grande destaque vai para Kiera Allen que conseguiu transmitir muito bem o desespero e pânico de Chloe. Além disso a personagem é forte, determinada e muito inteligente. Me agradou demais o fato dela desde o começo não desistir de buscar a verdade mesmo com suas limitações, que na verdade para ela não era empecilho.
Assistam Fuja
Fuja é um original da Hulu, mas que a Netflix está comercializando aqui no Brasil. É uma excelente opção para quem está cansado desses suspenses que a cada 5 minutos tem dá um susto sem necessidade. É um suspense real que aflige quem assiste, um enredo inteligente que sem dúvidas você irá gostar. E se você quer saber mais do caso eu indico a série The Act para entender melhor sobre o caso e a Síndrome de Münchausen.