Fate: A Saga Winx acabou de chegar à Netflix, depois de muita expectativa dos fãs do desenho animado Clube das Winx, exibido no Brasil nos anos 2000 pelo SBT. Mas, podemos começar com muita novidade e um contexto fora do padrão. Ou seja, nada de fofura ou a música “Winx, quando damos nossas mãos…”
A série começa com Bloom (Abigail Cowen) chegando a Alfea com o objetivo de controlar a magia do fogo. Depois de um evento quase catastrófico. Seus pais não sabem de nada, acreditando que ela está em um internato para tirar um tempo depois de tudo o que aconteceu. Incluindo que Bloom não tem um relacionamento bom com os pais, o que é interessante para o desenvolvimento da personagem. Também como motivação para seu bloqueio em invocar magia e controlá-la.
O que é bem perceptível também é que cada personagem carrega uma carga emocional e tem seus problemas internos, que vão ser explorados no decorrer dos episódios. Por mais que Stella (Hannah van der Westhuysen) seja aquela personagem que o público ama e odeia ao mesmo tempo, dá para perceber que ela carrega alguns segredos. Musa (Elisha Applebaum) é a fada das emoções e, por mais que ela tente ser reclusa, acaba se entregando demais para as pessoas. Terra (Eliot Salt) é uma das personagens mais incríveis e importantes da série. Ela é prima da Flora do desenho (o que é bem interessante ) e é uma personagem gorda que foge de estereótipos. Por mais que seja amiga e tenha uma personalidade doce, não é a personagem que vai servir para ser o alívio cômico ou ficar calada quando ouve comentários gordofóbicos. Principalmente, já deu para perceber o incômodo e o posicionamento da personagem quanto a esse tipo de situação. No primeiro episódio, Aisha (Precious Mustapha) é a personagem menos explorada. Mas já dá para perceber que ela vai ser uma das mais próximas a Bloom. No decorrer da série, ela ganha mais espaço e mostra todo o seu lado corajoso e prestativo.
Agora, vamos falar sobre o roteiro. Os dramas adolescentes tomam conta do enredo, enquanto a trama principal de Bloom continua em seu mistério. É só a partir do quarto episódio que as coisas começam a andar de uma maneira mais intensa e ficam mais interessantes.
Contudo, temos diversos plot twists que não ajudam a trama avançar no ritmo adequado. Pelo contrário, o artifício só faz com que a produção segure a atenção do espectador pelo tempo mais longo possível com idas e vindas dispensáveis. Além dos mistérios se manterem cada vez mais expressivos. No fim, há diversos “cliffhangers”, mas, felizmente, isso pode ser até de uma grande ajuda para que a série seja renovada o mais rápido possível. As pontas soltas da história não são daquele tipo que enfraquecem a trama, mas sim visam ampliar esse universo de fadas, bruxas e monstros para o público ávido por este tipo de temática.
Por mais que a série seja completamente diferente do desenho, ela tem um tom nostálgico ao apresentar os especialistas. Além de citar o outro mundo, mostrar o dormitório das personagens principais e como elas se relacionam, e até mesmo os primeiros momentos em que a magia aparece.
A dinâmica da série é ótima e é de se esperar que tenha um bom desenvolvimento por conta dos problemas joviais, mistérios e muita ação. Se tivermos a chance de ter uma segunda temporada, ela irá vir com tudo.