
Trazendo a realidade e previsibilidade no mundo das corridas, F1 é um filme que aborda os bastidores e tensões nas pistas de Fórmula 1. Dirigido por Joseph Kosinski e protagonizado por Brad Pitt, a obra traz o renascimento de um lendário piloto e sua jornada de redescoberta, enquanto ajuda a equipe de corrida de um amigo. Por isso, vamos falar mais de F1:
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Os bastidores das corridas:
O filme mergulha na adrenalina das pistas e coloca o espectador no ritmo intenso de corrida, nos fazendo sentir na pele a velocidade e os riscos de cada volta. Tudo amplificado pelo trabalho sonoro focado em transmitir todos sons e barulhos que recriem a experiência de como é estar em um carro de Fórmula 1. Incluindo uma trilha sonora eletrizante de Hans Zimmer. Aliás, é uma imersão ainda maior considerando que a produção tem parceria com a FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Então, foram feitas gravações durante Grandes Prêmios, com participação de pilotos reais.
Nada disso seria possível sem um trabalho exaustivo nas filmagens. Brad Pitt se arriscou de verdade nos bastidores de F1 ao lado de Damson Idris, pilotando de verdade carros de corrida após meses de treinamento com Lewis Hamilton (7 vezes campeão de Fórmula 1 e produtor do filme). É assim que Joseph Kosinski consegue filmar as sequências de ação com realismo, em sua abordagem voltada para cenas práticas e pouco uso de efeitos digitais.
Mas, um roteiro bem previsível…
Se por um lado temos essa autenticidade nas cenas de corrida, não espere pelo mesmo com relação ao universo da Fórmula 1. O roteiro escrito por Ehren Kruger usa e abusa de facilitações narrativas e liberdades criativas com relação às regras do esporte, que nunca aconteceriam na vida real, mas fazem a trama ser possível.
Isso não é necessariamente um problema, mas é bom calibrar as expectativas quando for assistir a produção, principalmente pela sua proposta realista. Eu sei que poderia ter ínumeras possibilidades de mudanças, mas sinto falta de algum elemento que tivesse mais destaque. Mesmo com o ritmo eletrizante, só falta algum charme a mais.
Brad Pitt domina a tela, mas os demais personagens…
De fato, F1 não foge dos clichês de filmes de esporte em Hollywood. Temos a história de superação pelo personagem de Brad Pitt e a equipe da ApexGP, assim como uma rivalidade envolvendo Sonny Hayes e Joshua Pearce, interpretado por Damson Idris. O filme está mais preocupado com os aspectos técnicos das sequências de corrida e acaba sendo superficial na carga dramática de seus personagens. Mesmo assim, é muito interessante acompanhar o melodrama no arco de Brad Pitt. Com uma personalidade típica de um lobo solitário marrento, Sonny Hayes acaba conquistando aos poucos, principalmente quando vamos conhecendo melhor sua história de vida.
Os demais personagens não têm tanta muita profundidade. Damson Idris encarna bem um piloto novato arrogante, e funciona pela dinâmica de intriga (e admiração) com Pitt, enquanto enquanto Javier Bardem é o carismático Ruben Cervantes, amigo de Sonny Hayes e dono da ApexGP. Talvez, eu daria mais destaque para Kate McKenna, interpretada por Kerry Condon, já que é diretora técnica da equipe, primeira mulher no cargo, e inicialmente é trabalhada com bastante personalidade própria.
Vale a pena assistir F1?
Apesar de tudo, F1 traz um filme de corrida realista e imersivo, traduzindo nas telonas toda adrenalina e intensidade que é pilotar um carro de Fórmula 1. Por outro lado, o longa sofre com clichês de produções de esporte e falta de profundidade dos personagens, ainda que apresente uma dramaticidade interessante em seu protagonista. Com toda certeza, os fãs de esporte e Fórmula 1 vão amar o projeto.