É comum que cada ser humano já tenha visto algum filme da Disney ou DreamsWorks, que marcaram as nossas vidas. Porém, animações não precisam ser, necessariamente, infantis e/ou inspirado em contos de fadas. Eles, assim como os filmes, expressam arte e novas formas de retratar um assunto do cotidiano.
Nesse especial, mostrarei meus desenhos favoritos que são considerados diferentes e assim, iremos ter a chance de expandir nossos conhecimentos sobre o gênero e como a arte pode ser explorada. Além disso iremos falar um pouco do cinema de outros países (sim, vamos sair um de Hollywood).
- Contos da noite (Francês/ Diretor: Michel Ocelot)
Um rapaz, uma moça e um senhor idoso vão para um cinema antigo todas as noites para criarem suas histórias fantásticas, no qual interpretam, criam e desenham, valorizando contos, lendas e a história da humanidade.
Além de ser um filme que fala sobre a importância da arte e da história, é um prazer considerável conferir uma obra como esta, realizada na França, em que a simplicidade funciona como diferencial e a história, ainda que esquemática, ganha força ao fomentar nossa imaginação.
- O Castelo Animado (Japonês/ Diretor: Hayao Miyazaki)
Sophie é uma jovem de 18 anos que trabalha na chapelaria de seu pai. Em uma de suas raras idas à cidade ela conhece Howl, um mágico bastante sedutor, mas de caráter duvidoso. Ao confundir a relação existente entre eles, uma feiticeira lança sobre Sophie uma maldição que faz com que ela tenha 90 anos. Desesperada, foge e termina por encontrar o Castelo Animado de Howl. Escondendo sua identidade, consegue ser contratada para realizar serviços domésticos no local, se envolvendo com os demais moradores do castelo.
O filme não só mostra um mundo fantástico, mas como a importância da amizade e da união em momentos preocupantes da vida. Incluindo que o desenho foi feito pelo Studio Ghibli, um dos mais famosos estúdios de animação japonesa.
- Persépolis (Irã/ Diretores: Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud)
Marjane Satrapi é uma garota iraniana de 8 anos, que sonha em se tornar uma profetisa para poder salvar o mundo. Querida pelos pais e adorada pela avó, Marjane acompanha os acontecimentos que levam à queda do xá em seu país, juntamente com seu regime brutal. Tem início a nova República Islâmica, que controla como as pessoas devem se vestir e agir. Isto faz com que Marjane seja obrigada a usar véu, o que a incentiva a se tornar uma revolucionária.
É um dos mais tocantes que já vi. Retrata a vida da diretora, Marjane, e apresenta a ascensão da ditadura no Irã, um assunto que não é muito discutido. Além da animação, a história completa pode ser lida em uma HQ de mesmo nome e que fez bastante sucesso ao redor do mundo.
- Mary e Max: uma amizade diferente (Austrália/ Diretor: Adam Elliot)
Mary Daisy Dinkle é uma menina solitária de oito anos que vive em Melbourne, na Austrália. Max Jerry Horovitz tem 44 anos e vive em Nova York. Obeso e também solitário, ele tem Síndrome de Asperger. Mesmo com tamanha distância e a diferença de idade existente entre eles, Mary e Max desenvolvem uma forte amizade, que transcorre de acordo com os altos e baixos da vida.
Confesso que sou apaixonada por desenhos em stop motions, no qual a obra toda é feito por massa. Além disso, o longa retrata sobre problemas psicológicos e físicos e como uma simples amizade pode trazer conforto.
- O menino e o mundo (Brasil/ Diretor: Alê Abreu)
Um garoto mora com o pai e a mãe, em uma pequena casa no campo. Diante da falta de trabalho, no entanto, o pai abandona o lar e parte para a cidade grande. Triste e desnorteado, o menino faz as malas, pega o trem e vai descobrir o novo mundo em que seu pai mora. Para a sua surpresa, a criança encontra uma sociedade marcada pela pobreza, exploração de trabalhadores e falta de perspectivas.
O concorrente ao Oscar de melhor animação em 2016, o filme mostra a realidade brasileira através do olhar de uma criança, incluindo que o filme é todo desenhado em giz. Ele pode parecer feliz e alegre, mas conforme ao decorrer da história, ele se transforma em triste e complexo, ajudando-nos a enfrentar o mundo real.
Um ser animado é como se fosse um ser humano, ele sente, faz, respira e age. Ele traz conceitos reais de um mundo mais lúdico, porém sempre nos dando uma lição para enfrentar os desafios da vida. A animação pode trazer alegria e sorrisos e também lágrimas e revoltas. É uma expressão artística e uma devoção a vida. Então, deixe o seu lado animado viver dentro de você.