Hoje é o segundo dia do Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, e dando continuidade ao especial Carnaval, vamos falar das últimas 6 agremiações que irão passar pela Sapucaí na noite de hoje.
Unidos da Tijuca
‘Um coração urbano: Miguel, o arcanjo das artes, saúda o povo e pede passagem’. Compositores: Totonho, Mart’Nália, Dudu, Marcelinho Moreira e Fadico.
O grande homenageado da escola é o ator, dramaturgo, diretor, dublador, cineasta, escritor e apresentador de televisão brasileiro, Miguel Falabella. Os carnavalescos Annik Salmon, Hélcio Paim e Marcus Paulo resolveram trazer à avenida os mais de 30 anos de carreira do Falabella. No samba enredo é bem nítido quando fala “O povo do samba chamou e fez de você um poema de amor. Na minha bandeira azul e amarela mais uma estrela Miguel Falabella”.
Particularmente é admirado quando o tema das escolas é uma pessoa, fica mais fácil de dizer o que esperar. Primeiro de tudo, espera-se ver o Miguel Falabella em algum dos carros alegóricos, além de outras personalidades que fizeram parte de sua trajetória. Além disso, também seria interessante ver como a escola vai retratar os mais de 30 anos de carreira do ator brasileiro, como serão os carros alegóricos em si e as fantasias, qual a história por trás de cada alegoria. A escola também não decepciona quando o assunto é a comissão de frente, então a expectativa está bem alta.
Portela
Minha gente, se prepare, que essa história vale a pena. Tome assento, se acomode e vejam quem entra em cena. E quem sai, e onde se passa, onde termina, ou começa, de onde vem ou se destina. Portela leva para avenida a história dos imigrantes judeus que se instalaram em Recife.
Com a combinação da tradição da azul e branca de Madureira, mas a da professora Rosa Magalhães, se espera um carnaval completo e com toda a “simplicidade” tradicional. Será sem dúvidas um desfile que irá tocar no público e contar muitas histórias, tristes e felizes.
União da Ilha
‘Brasil bom de boca’. Compositores: Ginho, Marcelão da Ilha, Flavinho Queiroga, Júnior, Thiago Caldas, John Bahiense, André de Souza e Prof. Hugo.
Basicamente a comida é a grande homenageada da escola. O carnavalesco Severo Luzardo Filho junta a fome com a vontade de comer, afinal, comer é um prazer comum a toda humanidade. Comida, junto com música, dá um bom carnaval “Vem provar o sabor desse meu carnaval. Eu sou a ilha, sou o prato principal, vou deixar água na boca, provocar uma vontade louca”.
Muita fome. Vai deixar muita gente com fome na avenida, afinal, quem não gosta de uma boa comida? Já imagina-se carros alegóricos ‘gourmet’. A ideia é muito boa, literalmente vai conquistar a todos pelo estômago.
Salgueiro
Há cinquenta e cinco anos, sob o manto vermelho e branco, a Acadêmicos do Salgueiro celebrou a desconhecida história de uma negra mulher… O desfile sobre aquela que se tornou “De escravizada à rainha”, marcou para sempre a agremiação e o carnaval brasileiro. Outras heroínas irão salgueirar. Algumas famosas, outras anônimas, mas todas carregam no gênero e na cor, suas conquistas. Suas histórias serão (re)contadas, num longo espaço de tempo, que vai do alvorecer da espécie humana, até os dias atuais.
As expectativas para a Acadêmicos do Salgueiro são de um desfile muito vermelho, o que é de costume, e com muitas Rainhas africanas. Será sem dúvidas um desfile cheio de detalhes, muitas lutas e muito aprendizado cultural.
Imperatriz Leopoldinense
O grande homenageado pela escola é o Museu Nacional, um dos maiores museus de história natural e de antropologia das Américas. Localizado na Quinta da Boa Vista, na noite de domingo o Museu ganhará vida ao som da Imperatriz Leopoldinense, que traz no enredo o bicentenário do que é considerado o berço que embala a história das artes, da cultura e das ciências no Brasil. O carnavalesco responsável é o Cahê Rodrigues.
É interessante saber que uma escola está retratando um Museu, lugar de concentração de tanta história. Espera-se para ver o que a Imperatriz Leopoldinense pode fazer para trazer vida à esse tema, principalmente como serão os carros alegóricos e, nesse caso, a comissão de frente. Um dos principais trechos diz “Gira coroa da majestade, samba de verdade, identidade cultural. Imperatriz é o relicário no bicentenário do Museu Nacional”.
Beija-Flor de Nilópolis
A ficção do monstro do Dr. Frankenstein nos coloca frente a frente à nossa capacidade de repudiar o que é estranho e diferente, de negar amor ao que não compreendemos. A estranha criatura, abandonada, sozinha, incompreendida e entregue a própria sorte, se transformou em anjo caído, revoltado pela falta de amor. Mas, quem é o verdadeiro monstro nessa estória? A criatura de aparência repugnante, ou o criador, com seu egoísmo, seu orgulho, sua arrogância e seu coração corrompido?
Que tal associar nossa realidade com os monstros das ficções? Pois é, isso que esperamos da Beija-Flor. Esperamos um desfile carregado de reflexões e manifestações. Também existe aquela vontade e desejo de ver os nossos monstros da ficção, que no fundo são até mais simpáticos que os da vida real, ganhando e lutando contra os monstros do mundo real. Será que teremos isso?