Crítica é a capacidade e habilidade de julgar algo. Papel do crítico é analisar a obra sem que seus gostos e preferências interfiram. Sabemos o quanto difícil é julgar sem expressarmos nossas opiniões pessoais, mas se elas estão acompanhadas de argumentos, não existe mal nenhum, certo? Porém o que mais vemos hoje são “críticos” que parecem que foram criados para deixar bem claro a sua opinião pessoal e desconsiderar o trabalho do outro.
Títulos como “banda apela para a nostalgia”, “banda repete apresentação de 2013 em um show medíocre”, “terceirização ajuda cantora não sair como pior apresentação” entre outras, foram destaques durante os 7 dias de apresentações do Rock in Rio que estamparam os sites de notícias. E sabe o que, além de um título que diminui o artista, elas têm em comum? Pois bem, a falta de argumento. Com o Rock in Rio isso ficou muito evidente. Diversos sites receberam alta taxa de rejeição devido suas críticas mal escritas e que tinham caráter de diminuir as bandas e cantores. Não é questão de fã reclamar e sim uma simples análise do que aconteceu em cima do palco, que não fazia sentido com o que estava sendo apresentado nas críticas totalmente sem fundamentos e argumentos.
Ninguém se interessou em explicar porque talvez a banda “apelou” para o nostálgico. Será porque talvez fosse a primeira vez da banda no Brasil e estavam com receio de como seria recebida? O engraçado é que outras bandas fizeram a mesma coisa e foram elogiadas por preservar os seus clássicos. Será que a pessoa que disse que o show foi medíocre levou em consideração que a banda saiu de um show e veio direto ao Brasil para se apresentar, chegando no mesmo dia do festival? O cansaço vem para todos! Ou então que não foi pela vontade da artista que essa “terceirização” fosse a grande salvação do seu show, mas um trágico problema no microfone iria atrapalhar completamente a sua performance em cima do palco.
Críticas não são nem negativas nem positivas, na realidade é o ponto de vista de alguém carregado de significados e que deverão ser compreendidas dentro do seu contexto. Se não houver contexto a crítica se perde em apenas gosto pessoal. Críticas foram feitas não para menosprezar, ferir, enaltecer e favorecer alguém. Claro nada agrada todo mundo e esta será bem aceita, ou muito rejeitada, dependendo de quem lê e quem faz.
Bárbara Allen é jornalista