“Todo mundo merece uma grande história de amor”. Essa mensagem que o filme Com amor, Simon trabalha do início ao fim. Mas não é só isso. A história de Simon Spier, um garoto normal de 17 anos, encanta a todos pelo fato de ser simples e comum, mas envolvendo um grande segredo: ele é gay.
A princípio, todo o enredo gira em torno desse segredo e em como ele poderia ser revelado. Nesse meio tempo ele conhece pela internet um outro menino, que também esconde o mesmo segredo, e passam a trocar e-mails diariamente de forma confidente um com o outro. Simplesmente olhando para a sinopse você pode deduzir uma coisa totalmente diferente do que, de fato, a história quer passar.
O filme é sutil e mostra como a adolescência pode ser difícil e, às vezes, até um pouco cruel, principalmente para aqueles que vão contra a corrente do que é dito como “normal”. Mas afinal de contas, o que é ser normal? A verdade é que ninguém é, todos temos nossas singularidades, diferenças, mas principalmente cada um de nós tem uma história para contar, e essa é, de fato, a mensagem que o filme quer transmitir. Qual é a sua história?
“Com amor, Simon” fala sobre pessoas, como cada uma pode ter sim algum segredo, algo que guarda a sete chaves, podendo até sufocar. Sim, o filme é um romance (e apenas isso que se deve considerar, sem nada mais), mas com vários questionamentos que vão além de um amor entre duas pessoas.
Na humilde opinião de quem escreve essa crítica, o romance é mero detalhe diante de tantas mensagens e questionamentos que o filme deixa transparecer, como por exemplo: “O que aconteceria se as pessoas descobrissem quem realmente eu sou?”, “E se souberem como eu me sinto de verdade?”, “Por que temos que nos assumir?”, “Por que não podemos apenas amar quem a gente quiser?”. Isso tudo fica rodando na mente, mesmo depois que os créditos sobem a tela.
Deixando um pouco o enredo de lado, a trilha sonora é impecável, com músicas superdivertidas e alegres que se encaixam perfeitamente na história. E o principal, tudo tocando sempre nos momentos certos, sem exagerar nem pecar. Além disso, a fotografia é simples mas sutil, e a direção de Greg Berlanti está maravilhosa.
Quanto aos atores, não se tem do que reclamar. Nick Robinson, maravilhoso como o Simon, realmente convence no papel do protagonista, Katherine Langford e Miles Heizer nos fazem esquecer de seus personagens deprimidos em 13 Reasons Why, nos mostrando um novo lado que pode ser explorado. Além de outros atores de peso como Jennifer Garner e Josh Duhamel que são os pais que qualquer pessoa gostaria de ter. Garner, por exemplo, é aquela mãezona que vai arrancar lágrimas de quem assiste o filme sem dúvidas, enquanto Duhamel vai conseguir arrancar boas gargalhadas da plateia.
Com certeza “Com amor, Simon” é um filme que deve ser visto por todos, sem descriminação de faixa etária. É importante que mais pessoas não apenas conheçam a história de Simon, mas também percebam que podem fazer a diferença na vida de alguém apenas não julgando, e entenda que o que todo mundo quer no final das contas é viver uma história de amor.
E aí, qual é a sua história?