Veja tudo sobre o filme da Netflix, A Lista da Minha Vida 

Crítica: A Lista da Minha Vida – A Beleza do recomeço

Com direção e roteiro de Adam Brooks, o filme A Lista da Minha Vida é nova aposta da Netflix com Sofia Carson. Baseado no best-seller de Lori Nelson Spielman, o longa btraz a trajetória de uma mulher na casa dos trinta que, após a morte da mãe, recebe a missão de cumprir os desejos da adolescência que ficaram para trás. Portanto, vamos falar de A Lista da Minha Vida:

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Sofia Carson é o charme do filme:

Alex começa sua trajetória em meio à estagnação. Presa a um relacionamento morno com o excêntrico Finn, presa a um emprego que não a realiza e envolta pela sombra dos próprios fracassos, ela aparenta estar confortável — mas o filme revela, com sutileza, que essa zona de conforto é, na verdade, uma prisão. O roteiro acerta ao evidenciar que não é preciso uma grande tragédia para que alguém perca o rumo; às vezes, basta o acúmulo de pequenas desistências silenciosas.

Sofia Carson entrega aqui uma atuação que se equilibra entre o charme de seu histórico com a Disney e a tentativa de amadurecimento como atriz dramática. Embora seu alcance emocional nem sempre atinja profundidades mais complexas, sua Alex convence na vulnerabilidade e conquista o espectador na leveza.

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A relação de mãe e filha

Por mais que o marketing e o enredo tentem posicionar A Lista da Minha Vida  como um romance, é na relação entre Alex e Elizabeth que está o coração do longa. Mesmo separadas pela morte, a presença da mãe é constante — e poderosa. Connie Britton, mesmo em aparições breves através de vídeos, carrega sua personagem com uma ternura cativante, conseguindo emocionar em poucos minutos de tela.

A dinâmica entre mãe e filha é onde o roteiro de Adam Brooks se permite respirar, explorar silêncios, mágoas, conselhos e memórias. É como se cada novo DVD representasse não só uma tarefa a cumprir, mas um reencontro possível com aquilo que Alex deixou para trás.

Entre o romance e os tropeços do roteiro

É justamente quando o foco se desloca para os interesses amorosos que o filme perde um pouco do brilho. O triângulo amoroso entre Alex, Garrett (Sebastian de Souza) e Brad (Kyle Allen) parece saído de um manual de rom-coms: o pretendente perfeito no papel, o aliado que se revela amor verdadeiro e a inevitável reviravolta emocional. Faltam camadas, especialmente na construção dos conflitos. As quebras de relacionamento surgem de maneira abrupta, e os vínculos, por vezes, soam artificiais.

Ainda assim, Carson e Allen têm química suficiente para tornar o desfecho romântico agradável, mesmo que previsível. Brad, o advogado fofo e levemente sarcástico, funciona como contraponto emocional e ajuda a equilibrar a narrativa entre afeto e propósito.

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Mais lista do que jornada?

Apesar da premissa tocante, o filme se torna refém de sua própria estrutura. O “checklist” que impulsiona a trama acaba mecanizando a experiência: em vez de descobertas orgânicas, há uma sensação de tarefa cumprida. A cada DVD desbloqueado, há uma nova missão e, com isso, um novo tópico a riscar. Em alguns momentos, essa repetição transforma o longa em uma colagem de cenas agradáveis, porém pouco profundas.

Além disso, o drama pessoal de Alex com a carreira, os irmãos, o pai distante e o reencontro com o ensino são apresentados com potencial, mas não desenvolvidos com o cuidado necessário. São linhas narrativas que, se exploradas com mais tempo (talvez em uma minissérie), teriam muito mais impacto.

Vale a pena assistir A Lista da Minha Vida?

A Lista da Minha Vida é, acima de tudo, um filme sobre recomeços. Pode não reinventar a roda, tampouco fugir dos clichês do gênero, mas compensa suas falhas com carisma, doçura e mensagens que, embora simples, continuam sendo universais: é preciso coragem para crescer, voltar atrás e escolher viver uma vida que faça sentido. Não é uma obra que vai transformar o cinema contemporâneo, mas é aquele tipo de produção perfeita para uma tarde introspectiva, daquelas em que se precisa de conforto e um lembrete gentil de que nunca é tarde para voltar a sonhar.

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