Corra que a Polícia Vem Aí: Os anos 90 se juntam com o atual e Liam Neeson

Sendo um reboot/resequência, Corra que a Polícia Vem Aí traz os anos 90 que se juntam com o atual e Liam Neeson. E acredite em mim que ficou muito bom. Afinal, é uma obra que resgata a comédia pastelão para o público atual. Por isso, vamos falar sobre Corra que a Polícia Vem Aí:
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LIam Neeson é a melhor parte do filme:
Eu preciso començar essa crítica com a melhor característica do filme. De fato, ver o ator que ficou marcado no gênero de ação e cultuado por dramas como A Lista de Schindler pode soar curioso e estranho. No entanto, entrar no humor escrachado como o trapalhão Frank Drebin Jr foi uma sensação única. Afinal, os trejeitos e marcas registradas de sua atuação se encaixou perfeitamente na estética de comédia pastelão que marcou os clássicos de Leslie Nielsen.
Dirigido por Akiva Schaffer, a obra veio com um novo legado para a franquia, trazendo elementos marcantes do material original e atualizando a sátira para o público novo. Aliás, o projeto anda com Drebin Jr. na tentativa de salvar o legado do pai e impedir um complô criminoso que ameaça a cidade. Tudo isso regado a piadas visuais, trocadilhos rápidos e situações absurdas. A dinâmica da comédia é incrível, com piadas marcantes e concistentes, para manter o espectador na ativa.

Pamela Anderson e sátiras atuais:
Os demais do elenco cumpre seu papel com eficiência. Paul Walter Hauser, como o parceiro Ed Hocken Jr., e os vilões caricatos interpretados por Danny Huston e Kevin Durand oferecem contrapartes adequadas ao tom da comédia. E o que é interessante é que ambos já foram vilões em outras histórias. Mas, Pamela Anderson quem rouba a cena ao lado de Neeson. A química é inacreditável e existe um complemento um no outro que eu sentia falta em um casal. Além disso, a atriz traz uma sátira a estética da dama fatal e um pouco do gênero literário policial.
Na verdade, ofilme também não deixa de fazer piadas com o presente, satirizando bilionários, Big Techs e a rigidez institucional, especialmente da polícia. O que acaba transformando esses temas em alvo de humor ácido e relevante. Sem contar que a trilha sonora faz um excelente trabalho de alterar momentos épicos com quebra de expectativa cômica, alinhando a narrativa com o clima da comédia pastelão.
A mistura do passado com presente:

Eu acredito que preciso encerrar esse texto comentando como eu estava com saudades de um filme bom com o subgênero. A comédia pastelão, muitas vezes subestimada por seu humor físico e exagerado, mantém nos tempos atuais uma relevância quase rebelde. Em um cenário dominado por produções que buscam realismo ou discursos densos, o pastelão oferece um respiro: ele abraça o absurdo, desafia a lógica e transforma o erro em espetáculo.
A sua força está na universalidade, tropeços, expressões exageradas e timing perfeito não precisam de tradução cultural, e na coragem de rir do que é simples, mas bem executado. Hoje, mais do que nunca, esse estilo lembra ao público que o riso não precisa ser intelectualizado para ser inteligente, e que a leveza pode ser uma forma poderosa de resistência ao peso do cotidiano.
Vale a pena assistir Corra que a Polícia Vem Aí!?
Com toda a certeza, Corra que a Polícia Vem Aí! é um reboot/resequência que honra suas raízes com reverência à zoeira clássica. Enquanto que insere sátiras pertinentes ao mundo moderno. Com Liam Neeson encontrando um ponto de virada cômico surpreendente e Pamela Anderson brilhando ao seu lado, o filme entrega um pacote engraçado, rápido e cheio de absurdos deliciosos. Ou seja, ideal para quem sente falta de comédias bobas feitas para rir alto no cinema.




