Baseado em uma história real, o filme Boy Erased reúne grandes estrelas no elenco, como por exemplo: Nicole Kidman, Russell Crowe, Michael “Flea” Balzary, Lucas Hedges e Xavier Dolan. Mesmo só com o trailer já está sendo considerado uma aposta para o Globo de Ouro e o Oscar do ano que vem.
No longa, Jared (Lucas Hedges) é um adolescente normal que leva uma pacata vida em uma cidade interiorana dos Estados Unidos. Entretanto, ele esconde um segredo: ele é homossexual. Quando seus pais (Nicole Kidman e Russell Crowe), dois pastores evangélicos extremamente religiosos e conservadores, descobrem a verdade sobre o filho, decidem submetê-lo a um processo de “cura gay”, um inferno particular do qual Jared terá que lutar para escapar.
Independentemente das opiniões individuais sobre o assunto, o projeto da Cura Gay é real e quase fez parte de nossa realidade em pleno século XXI. Por mais espanto que projetos e outras medidas que visam “transformar” a orientação sexual de um indivíduo possam causar, a existência deles sinaliza a necessidade urgente de se debater sobre o assunto. Transformar a orientação de um indivíduo é como mudar quem realmente é.
Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) se posicionou contra essa questão, entendendo que a homossexualidade é uma variação natural da sexualidade humana. O Órgão definiu que ela não poderia ser considerada como condição patológica.
A partir deste entendimento, uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP), de 1999, proibiu os profissionais de participarem de qualquer tipo de terapia para alterar a orientação sexual. Há mais de 40 anos, a Associação Americana de Psiquiatria retirou a homossexualidade de sua lista de doenças. Em 1998, a mesma organização posicionou-se contra qualquer tratamento psiquiátrico de ”reparação” ou ”conversão” de homossexuais, como já fizera a Associação Americana de Psicologia.
Porém, o problema é muito mais complexo do que nós, cidadãos favoráveis ao respeito e ao equilíbrio entre as relações humanas e seus partícipes, podemos imaginar. É fato que a vida sexual de uma pessoa não pode ser patologizada. Ou seja, ser hétero ou homossexual não é uma doença, é a vida da indivíduo que nasceu assim e merece ter uma vida longa e feliz.
Baseado no livro de memórias “Boy Erased: A Memoir of Identity, Faith, and Family”, de Garrard Conley, o longa-metragem de Joel Edgerton, que interpreta o terapeuta de Jared no drama, já está cotado para o circuito de festivais e de premiações do segundo semestre por causa de sua temática e do elenco de peso reunido para estrelar o projeto. O filme ainda não tem previsão de estreia.