A Hora do Mal: Você vai ficar com medo do início ao fim!

Diante de um filme de terror ousado e assustador que surpreende até o último minuto, vamos falar sobre A Hora do Mal. Sendo que é uma obra que vai te deixar com medo do início ao fim (acredite). Desde sua narrativa até recursos marcantes. Por isso, confira mais sobre A Hora do Mal:
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O mistério e o suspense como elemento fundamental:
De fato, o mistério é um elemento importante em vários filmes de terror e suspense, uma ferramenta usada para causar medo e tensão no público. Nos últimos anos, mesmo que o elemento estivesse presente, não era a característica principal da narrativa. Os jumpscares e outras fórmulas se sobressaíram perante ao gênero. Mas, se tem algo mais interessante e assustador não está na resolução em si ou compreensão da trama. Mas nos efeitos e no impacto que são deixados pelo caminho.
Isso é algo que Zach Cregger, roteirista e diretor de Noites Brutais (2022), compreende muito bem com seu novo filme, A Hora do Mal. O cineasta já captou a atenção com o enredo, porém, foi inteligente para ir além das expectativas, tanto em sua história, quanto na forma de contá-la. E o mistério é um dos pontos altos da obra.

As peças se juntam, enquanto você está com medo:
Com um formato linear e nã0-linear, ao mesmo tempo, o roteiro de Zach Cregger é focado em pessoas que têm alguma relação com o mistério. Então, entramos em suas vidas e entendemos como esse desaparecimento as impacta de forma destrutiva. Além de agravar questões que estavam escondidas. Eu posso admitir que um tema que percorre uma boa parte do ínicio do longa é o fato que vemos as dores daquelas pessoas que permaneceram, um luto sem fim em busca de respostas.
Dividido em capítulos, a história é centrada em perspectivas de diferentes protagonistas, como é o caso da professora Justine Gandy (Julia Garner), do pai de uma criança desaparecida Archer Graff (Josh Brolin) e do policial Paul (Alden Ehrenreich). Eu vou ser sincera, quando assisti o filme, apenas sabia da sinopse e que estava muito elogiado e comentado. Este é um daqueles filmes que quanto menos você souber da trama, melhor para sua experiência. Cregger brinca de quebra-cabeça com as peças da história sendo montadas a cada capítulo, enquanto os diferentes pontos de vista se complementam. Enquanto que a tensão crescente vai nos consumindo, a obra se aproveita e subverter nossas expectativas a todo instante em uma jornada maluca, imprevisível e assustadora.
A câmera como um complemento aos personagens:

Se observamos os capítulos, o diretor conseguiu dar personalidade, os moldando conforme cada personagem, a exemplo da paranoia com Justine, ou da impulsividade e violência do policial Paul, mas o que dá o tom e captura a desconfortável atmosfera é a maneira que Cregger filma. A câmera em primeira pessoa, os takes se movimentando nos espaços, os planos emulando, como se os personagens fossem observados por uma presença invisível, mantém a intenção por Cregger está contando essa história muito mais pelas imagens na perspectiva de cada figura deste mistério.
A impressão de que estamos acompanhando pequenos contos que se entrelaçam na narrativa só pontua como é interessante observar a capacidade de Cregger em ser criativo. Ao mesmo tempo que se divide entre ser e não ser um terror comercial, a graça de A Hora do Mal está em como o cineasta se debruça para contar essa história longe da linha convencional para um público que espera por reviravoltas e sustos fáceis com uma ambição narrativa que impressiona.
Vale a pena assistir A Hora do Mal?
Zach Cregger chega com um filme de terror ousado e um dos mais chamativos dos últimos tempos, desde sua criatividade quanto recursos. Além disso, temos o uso do mistério e a forma de manipular expectativas de forma ousada e macabra. Enquanto se aprofunda na destruição dos seus personagens em busca de respostas. É satisfatório que Cregger nunca deixe os temas ultrapassarem a experiência do longa-metragem como um todo, focado em proporcionar uma jornada bizarra, inesperada e horripilante por diferentes perspectivas. E é o que o torna único.




