Sendo o primeiro livro da trilogia “Legado”, de N.K. Jemisin, vamos comentar tudo sobre essa grande aventura presente em “Os Cem Mil Reinos”. Decerto, é uma história épica que envolve muita política, deuses caídos e uma possível guerra a eclodir. Publicada pela Galera Record, o enredo promete trazer personagens fortes e uma narrativa fora do comum. Mas, será que de fato isso aconteceu?! Portanto, vamos descobrir agora falando de “Os Cem Mil Reinos”:
Em primeiro lugar, é preciso dar um breve contexto. Após a morte de sua mãe, Yeine é convocada pelo seu avô para concorrer como herdeira e assim governar os Cem Mil Reinos. Disposta a descobrir a verdade sobre a morte de sua mãe, cada vez mais a jovem se vê envolvida com os Enefadeh. Estes são deuses antigos que foram aprisionados há muitos anos pela sua família e na rede de intrigas que tece na cidade do Céu. Ou seja, é nítido que temos uma construção de universo completamente nova e intrigante. Sendo que conta com uma inspiração a diferentes mitologias do mundo.
N.K. Jemisin traz uma história bem construída e cheia de emoções. Ainda mais, soube ligar muito bem a busca de Yeine por respostas ao mesmo tempo que vai desenvolvendo sua ligação com Enefadeh. Por falar a respeito, aqui temos deuses acorrentados aos humanos, uma sociedade completamente matriarcal e como o amor excessivo pode acabar sendo sua própria derrota
“Os Cem Mil Reinos” envolve muita política, deuses caídos e uma possível guerra a eclodir
Uma protagonista cheia de atitude:
Agora, pense numa protagonista inteligente, teimosa, cabeça-dura e um tanto impulsiva. Mas que dá gosto de acompanhar e com muita representatividade. Toda a personalidade da Yeine é traçada pela incerteza do seu passado. Especialmente, por querer entender quem a mãe era antes de deixar o palácio e a família terrível. Também pela incerteza do futuro, uma vez que, chegando ali, descobre estar no caminho para o trono. “Os Cem Mil Reinos” trata o caminhar da protagonista como um desenvolvimento interessante, cheio de altos e baixos, de escolhas ruins e poderosas.
No entanto, a sua ligação com os deuses é o que mais enche as páginas. A princípio, dão a entender que são prisioneiros perigosos. Na verdade, eles logo se tornam peças importantíssimas na trama política. Principalmente quando se trata de descobrir quem é o verdadeiro “vilão” da narrativa. Incluindo que existem quebras de estereótipos e não há uma distinção muito delineada entre bem e mal. Por isso, são questões que inquietam a trama, e que motivam Yeine a seguir em frente.
Conclusão:
Portanto, “Os Cem Mil Reinos” foi uma leitura que permitiu uma experiência completamente inovadora e dinâmica. Algo que faz a pensar fora da nossa realidade, de forçar a imaginação a se expandir. É válido mencionar que fala sobre desejos carnais, vingança e liberdade. Aliás, remete ao preconceito, amor se tornando ódio e esperança. Sobretudo, os personagens são extremamente bem construídos e multifacetados. Apesar de ser o primeiro livro da trilogia, possui uma história fechada. Diante disso, teremos mais a oportunidade de conhecer mais desse mundo criado por N.K. Jemisin.