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Com ação do inicio ao fim, O Buraco da Agulha é uma narrativa envolvente que faz com que o leitor viaje no tempo e se imagine durante o período da Segunda Guerra. Se isso é bom? Muito, pois o livro é uma obra do autor Ken Follet escrito em 1978 que apresentou de forma mais clara, e não tanto heroica, de como os espiões trabalhavam. Vamos conhecer mais da história?

Um brilhante espião alemão, de codinome Agulha, corre contra o tempo para descobrir o segredo dos aliados e aniquilá-los. O espião fará de tudo, até mesmo matar quem surgir no seu caminho, afim de conseguir ajudar a Alemanha a vencer a guerra. Mas o seu grande engano foi não contar com a perspicácia de uma mulher. Os dias turbulentos que antecederam o desembarque na Normandia, o famoso Dia D, e um ritmo muito acelerado fazem desse suspense um hipnotizante thriller psicológico.

A história

A história é muito bem construída, com uma narrativa que envolve o leitor e o faz entrar nos fatos. Mesmo um livro escrito há 40 anos, temos a sensação de estar lendo um livro com a escrita atual. Tudo bem que por ser um relançamento, a editora Arqueiro, na hora da tradução, tenha realizado um trabalho mais minucioso. E se foi isso, está de parabéns pelo trabalho.

Outro ponto muito interessante em O Buraco da Agulha é como os fatos são narrados e se cruzam. O livro é divido em 3 partes, sendo a primeira uma apresentação rápida dos personagens. Follett faz questão de narrar de forma singela a aparição separadamente de cada personagem e suas respectivas histórias. Assim, quando vamos para a segunda parte já estamos muito mais familiarizados com o cenário de cada personagem, ao ponto de quando o autor começa a descrever o cenário nem precisamos pensar muito em quem irá aparecer na cena.

Na segunda parte temos o segundo desenrolar da história. Muitos podem achar que o autor enrola para chegar no clímax, ou no romance do livro. Contudo, essa parte é essencial para a contextualização do que está para acontecer. Ainda que possa ter cenas chatas, conseguimos ter um panorama muito mais amplo de todo o cenário da guerra e a importância do espião.

Surpreendentemente, Ken narra os fatos com tanta intimidade que o leitor fica se perguntando se aquele episódio realmente aconteceu, se o espião realmente existiu ou algo semelhante. Só para exemplificar o quão real parece a O Buraco da Agulha, temos Hitler no meio da narrativa. Levamos um baque logo da primeira vez que ele surge, e parece tão intimo de toda a história. Por certo começamos a acreditar que é real, porém não.

Personagens

Finalmente agora vamos falar dos personagens que, aliás, são muito bem desenvolvidos. O autor capricha na descrição de cada um ao ponto de conseguirmos imaginar exatamente a pessoa. Outro ponto forte é como as aparências se encaixam na história. Por exemplo a Lucy, uma mulher jovem e bonita que casou-se com um combatente de guerra, porém o mesmo não pode exercer a função e tiveram que ficar reclusos na Ilha da Tormenta. Existe a narração de toda a transformação de uma mulher bonita para uma dona de casa, mal vestida e sem zelo pela aparência por conta da situação em que vive.

Já que começamos a falar da Lucy, vamos adiante com a história dela. É uma das personagens que vai ganhando um destaque ao longo da história. Não pense que ela é a protagonista, não. Entretanto, ela é uma chave para toda resolução da história. Ken faz dela a última carta da manga e com todo sucesso.

“Vivendo na ilha era fácil esquecer que os outros seres humanos podiam ser ameaçadores em vez de sociáveis.”

No inicio do livro, Follett conta que ficou muito orgulhoso de ter escrito a personagem. Não é para menos. Aqui temos uma mulher determinada e forte e que mesmo abalada pela situação da vida, não perde a força. Ela é perspicaz e sabe exatamente qual o próximo passo o correto. Tudo bem que ela comete uns deslizes que deixa o leitor “Sério que você vai continuar?”. Porém no final tudo tem seu motivo.

Do outro lado do Buraco da Agulha temos os detetives Percival Godliman e Bloggs. Cada um com uma história ao mesmo tempo diferente, mas também bem parecida. Fulano perdeu sua esposa no inicio da guerra, depois não quis mais saber de relacionamento. Enquanto XXX ainda vive com sua esposa, mas sabendo que alguma coisa de ruim pode acontecer. Ambos estão juntos para tentar deter o espião alemão antes que ele chegue aos seus superiores. Basicamente a vitória da Inglaterra está na mão desses dois.

Mesmo que sejam bem esforçados e cuidadosos, algumas coisas que fazem parecem surreais. Não só por deixarem o homem escapar, mas principalmente por não enxergarem pistas debaixo do próprio nariz. Entretanto, são personagens muito bem desenvolvidos e que vão ganhando características únicas ao longo da história.

“Um punhal é como uma agulha. É o mesmo homem: o assassinato da Sra. Garden, todas aquelas mensagens em 1940 que não conseguimos rastrear…”

Claro, não podemos deixar de falar dele. O Agulha, também conhecido como Die Nadel, ou Faber, para os mais íntimos. Esse homem é um personagem muito peculiar. Ele, desde a primeira cena que aparece, já mostra qual será o seu papel. Aliás, seu papel é matar a todos que surgirem no seu caminho que possam comprometer a sua missão. Em outras palavras, um assassino a sangue frio.

Assim como os outros personagens, ao longo da história vamos conhecendo mais sobre ele. Aquele homem sério, indestrutível e que ninguém conhece a história, vai se revelando aos poucos. Nesse sentido, quando chegamos ao final descobrimos quem ele realmente é. Mesmo em alguns momentos torcermos por ele e acreditamos que pode ser diferente.

Edição comemorativa de 40 anos do livro O Buraco da Agulha
Edição comemorativa de 40 anos do livro O Buraco da Agulha

Opinião

Em resumo, O Buraco da Agulha é um livro curto e extenso ao mesmo tempo. Por conta dos detalhes na história, o leitor precisa esta bem concentrado nele para não deixar nada passar. Ou seja, de preferencia tem que ser uma leitura única, sem leitura simultânea.

Outro ponto que vale ressaltar, que se você é uma pessoa que gosta de ir direto ao ponto, deverá ter paciência. Como disse anteriormente, o autor não tem pressa para narrar os fatos aos leitores. Isso com o intuito de deixar tudo bem explicado. Por essa razão, muitos podem achar a primeira parte do livro arrastada. Afinal, as cenas de ação só acontecem em algumas partes e especialmente quando Faber esta mantando.

“… Mas por algum motivo queria que aquela mulher o chamasse de Hanry, o equivalente em inglês mais próximo do seu nome verdadeiro. Henrik.”

Vale também falar que o desfecho ao mesmo tempo que é previsível, ele pode levar o leitor a esperar mil finais. Exemplificando, você sabe como irá acabar, porém são tantas variantes que vão surgindo que te deixa na dúvida. É um final coerente com tudo que foi apresentado. O que deixa a desejar é o fato de ser rápido demais. Piscou, acabou. Faltou um pouco de desenvolvimento para as últimas cenas.

Se uma lagriminha escorreu na última, última mesmo, cena? Certeza, não esperava que no meio de tanto sangue algo bom poderia surgir.

Conclusão, O Buraco da Agulha é um ótimo livro para quem curte histórias de guerra e de espiões. Ressalto que como é uma história que se passa na Segunda Guerra Mundial, muitas mortes são desnecessárias. Já vi comentários de gente falando que “tem mortes desnecessárias demais”, bom gente, é sempre legal se situar no contexto em que a história se passa. Então, já sabem.

Leiam O Buraco da Agulha, de Ken Follett, aproveitem a edição comemorativa de 40 anos do livro, pela Editora Arqueiro, que aliás está Lindíssima, desde a capa até a diagramação e tradução.

 

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