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Antes de começar a escrever sobre a minha experiência com o livro, gostaria de deixar registrado aqui, no primeiro parágrafo, que todo mundo deveria ler Mais Mortais que os Homens. Digo isso não apenas pela história, mas como é incrível conhecer o outro lado das autoras clássicas do século XIX que em sua maioria ficaram conhecidas por suas histórias de romance, mas que também sabiam escrever muito bem uma história de terror.

Nessa coletânea de terror escrito por autoras do século XIX, ao total são 26 histórias que vão mexer de alguma forma com você. Não são apenas narrativas de terror que dão medo, são histórias que mexem com a cabeça e nos faz pensar. O que eu amei em Mais Mortais que os Homens foi conhecer esse outro lado das autoras, principalmente da Louisa May Alcott que não fazia a mínima ideia do quanto essa mulher era boa escrevendo terror.

+ ESPECIAL: MAIS MORTAIS QUE OS HOMENS – O OUTRO LADO DE LOUISA MAY ALCOTT

É preciso pontuar a escrita versátil dessas autoras, pois estamos falando de um período em que as maiores histórias de terror eram escritas por homens, enquanto as mulheres ficavam com os romances. Então é nítido que na maioria dos contos essas autoras dão voz a personagens masculinos como forma de tentar se encaixar nesse padrão. E elas fazem isso com perfeição. Um grande nome que é Mary Shelley, autora de Frankenstein, dá voz a mente perturbada de um homem em A Transformação, em que conseguimos sentir muito bem o personagem e suas emoções. Entretanto isso não é só uma característica da Shelley.

Dos meus contos favoritos estão: A Caverna dos ecos (Helena Blavatsky), Perdido em uma pirâmide ou A maldição da múmia (Louise May Alcott), A porta oculta (Vernon Lee) e O ajuste (Mary Austin). Esse foram os contos que fizeram meus olhos brilharem e surtar a cada página. Contudo, todos os outros também são incríveis.

+ ESPECIAL: MAIS MORTAIS QUE OS HOMENS – OUTRAS HISTÓRIAS DE MARY SHELLEY

Alguns contos são mais longos que outros, mas tem uma fluidez. Você acaba uma história e logo quer começar outra e a vontade de largar esse livro não existe. Eu me controlei muito para não o devorar em dois dias, eu queria aproveitar o máximo possível cada um dos contos.

Sobre a edição só tenho elogios. Desde a capa, que está a coisa mais linda, passando por um prefácio escrito por Michelle Henriques, que por sinal eu nunca li um prefácio tão maravilhoso quanto esse, e chegando a uma tradução impecável. Outro detalhe é que antes de cada conto tem um pequeno texto apresentando um pouco sobre a autora da história e até mesmo contextualizando o momento da escrita. Como disse anteriormente, só tenho elogios a editora Jangada pelo trabalho impecável desse livro.

Mais Mortais que os Homens é aquele livro que você precisa ter na estante, independentemente de gostar do gênero de terror ou não, porque aqui estamos falando de escritoras que desafiaram o seu tempo e escreveram histórias incríveis que precisam ser lidas.

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