Todo mundo sabe que Charlie Chaplin foi um dos maiores gênios do cinema e do entretenimento. O Carlitos, como é chamado aqui no Brasil, é originalmente conhecido como “The Tramp“, aquele que acredita, acima de tudo, na humanidade. Suas obras contêm uma carga exuberante de comédia e romantismo, o que fica ainda mais óbvio em um de seus filmes mais famosos: “Luzes da Cidade”.
Na trama, o icônico Carlitos vagueia pela cidade sem dinheiro no bolso e um lar para morar. Ao parar na beira de um rio, ele percebe que um senhor visivelmente embriagado está prestes a se suicidar. O adorável homenzinho impede a ação, ajudando o suicida a ver o lado positivo da vida. Eles saem para a noitada e vão dormir na casa do cara, que na verdade é um poderoso milionário. Acontece que, quando acorda, o sujeito não se lembra de mais nada, mandando seu mordomo expulsar Carlitos de sua mansão. Carlitos, por sinal, se apaixona por uma florista cega (Virginia Cherrill), que mora numa casa simples com sua frágil avó. Para pagar a operação da jovem, o vagabundo vai trabalhar e até servir de saco de pancadas em arena de boxe.
Falando preferencialmente sobre a importância desse trabalho, é preciso apontar alguns aspectos que tornam a criação de Chaplin em uma obra-prima. Durante o processo de transição do cinema mudo para o cinema falado, Chaplin continuou produzindo filmes mudos por mais treze anos, e “Luzes da Cidade” se enquadra neste período. Mas neste filme, Charlie utilizou alguns artefatos sonoros na composição da película, como na cena do apito, ou na cena da luta de boxe, mostrando que o os filmes sem som poderiam ter elementos sonoros.
Escrito e dirigido pelo próprio Charlie Chaplin, “Luzes da Cidade” também ficou imortalizado por conta de sua incrível carga emocional. O diálogo final, ilustrado pela reação generosa do expressivo Chaplin, serviu para colocar esse filme como um dos mais marcantes da história da humanidade.
A trilha sonora de “Luzes da Cidade”, composta pelo próprio Chaplin, se agrupa de forma extremamente harmoniosa, uma união perfeita entre sonoridade e imagem. As atuações são fantásticas, principalmente pela pureza dos personagens. Além disso, é interessante ver como era o processo de construção dos filmes naquela época, no qual a expressão artística era muito presente.
Em resumo, é um filme basicamente simples, porém dialoga de forma pura, verdadeira e sensível. Somos tomados por um misto de sentimentos que variam entre risadas e choros, uma verdadeira overdose de genialidade.