Sim, Arnold Schwarzenegger está de volta com a série de ação com comédia, “FUBAR”, produção original da Netflix. Trazendo características marcantes da carreira do ator, vemos uma obra mais próxima do espectador. Mas, vale a pena? É isso o que vamos falar, comentando tudo sobre “FUBAR”:
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Qual é o enredo da série, “FUBAR”?
Luke Brunner é um agente secreto da CIA prestes a se aposentar. Ele, que sempre escondeu da família sua vida dupla se passando por um revendedor de equipamentos de musculação, aceita a contragosto uma última missão. Já em campo, o espião descobre que a tarefa é, na realidade, salvar a vida da própria filha, Emma (Monica Barbaro). Afinal, ela também uma agente secreta da agência, para a surpresa do pai. Ambos agora devem lidar com os sentimentos conflitantes causados por tantas mentiras e ausências. Tudo isso enquanto precisam ir atrás de um terrorista ligado ao passado de Brunner: Boro Polonia (Gabriel Luna), que quer vingança.
Homenageando Arnold:
A partir disso, constrói-se um roteiro que foi feito na medida para homenagear Schwarzenegger. Pois cada fala, referência, acontecimento, foram colocadas ali como uma piscada aos fãs do ator. E em uma história claramente inspirada em True Lies , um dos maiores sucessos da carreira do austríaco.
Além disso, o criador Nick Santora quis brincar com a ideia dentro da fórmula dos seriados de ação, já que a maior parte dos episódios acaba com o chamado “cliffhanger”. Ou seja, aquele momento máximo de tensão que nos deixa sem saber o que vai acontecer a seguir. Neste caso, o momento do “ferrou”. O conceito até que funciona, mas, o uso da comédia não foi o mais feliz e usa uma fórmula já usada em diversas produções.
Roteiro acelerado:
Sem contar que a obra tende a correr a correr contra tempo, assim como trechos finais de alguns episódios são claramente acelerados, com eventos disparados à velocidade de metralhadora, simplesmente para se alcançar o cliffhanger. Pior: na maioria dos casos a situação é resolvida em poucos minutos do episódio seguinte, com uma solução baseada em uma pseudociência difícil de acreditar. Há limite para a suspensão de descrença.
Isso faz com que a primeira metade da temporada seja difícil de digerir. E mesmo os clichês das produções de TV dos anos 1980 e 1990, que poderiam render alguns sorrisos, se esvaem. Há, ainda por cima, um sério comodismo visual, com os diretores e produtores preocupados apenas em entregar o que está no roteiro sem qualquer ambição imagética. Nem nas cenas de ação, muito menos nos trechos de humor.
Pelo menos, há coração no projeto…
Se tem algo que “FUBAR”acerta de verdade é quando percebe que não precisa ser um set up para um acontecimento de vida ou morte aos 45 do segundo tempo. Isso ocorre quando explora a interação entre os dois protagonistas, no qual é impossível não se relacionar com a dinâmica entre Emma e Luke. Por isso, a segunda metade da temporada ganha força. Não que seja perfeita, mas a série abraça mais o coração dos personagens estabelecidos nos primeiros episódios. Ainda mais que ganha profundidade as relações entre o elenco secundário, que param de andar em círculos ou serem apenas escadas para as piadas.
É possível também perceber o coração de Schwarzenegger em cena. Não que dizer isso seja surpreendente, mas a atuação nunca foi o seu forte. Porém, o astro sempre usou o seu famoso sotaque, tipo físico e cacoetes para contornar essa deficiência. Funciona? Sim, contudo, há um peso diferente na voz de Arnie em FUBAR.
Então, vale a pena assistir?
Baseado apenas no carisma e no coração, “FUBAR” traz uma série imperfeita que pode cativar aqueles que querem algo mais simples. Schwarzenegger ainda está em boa forma o que nos deixa ainda mais empolgados para os próximos capítulos dessa sua relação com o streaming. Tudo agora depende de como vai levar os acontecimentos para a próxima temporada.