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“Is this the real life? Is this just fantasy?”

Filmar uma biografia do Queen, uma das maiores bandas de todos os tempos, traz consigo algumas questões polêmicas e vantagens, ao mesmo tempo. A trilha sonora é garantia de qualidade, tanto quanto a reprodução de grandes momentos do grupo, como o famoso show em Wembley durante o Live Aid. Ao mesmo tempo, existe o desafio de traduzir na tela a identidade de uma banda que não se define apenas por um gênero e que traz um talento como Freddie Mercury. Bohemian Rhapsody, longa dirigido por Bryan Singer, tenta contar a história do cantor e da banda, explora bem o visual que marcou época, mas simplifica a complexidade de uma força como Mercury a um performer exótico, mas cheio de talento.

Falar sobre Freddie Mercury e não pensar em sua voz ímpar e poderosa é algo bem difícil de ser evitado caso você já tenha escutado qualquer canção do Queen. Das primeiras notas de Love of my Life até o poderoso refrão de Who Wants to Live Forever, há muito significado nas letras que o artista entoou durante seus 20 anos de banda.

Porém, com a falta de alguns fatos da trajetória do conjunto pode ter dado uma falsa ilusão em determinadas cenas. Parece tudo muito fácil, como se não tivesse sacrifícios ou dificuldades. Por mais que tivesse mostrado uma rejeição do personagem de Mike Myers, foi apenas um detalhe que podia ser mais explorado. Além disso, não apresentar fases polêmicas como o excesso das drogas e falar de maneira rasa da homossexualidade de Freddie, seus relacionamentos e problemas relacionados à solidão parecem apenas passar uma artificialidade por estas questões que tanto o marcaram.

Outro problema do roteiro está em não buscar entender o que fez não só Freddie, mas Bryan, Roger e John serem tão diferentes e terem marcado a história. Como o foco é o vocalista, os defeitos do filme ficam ainda mais evidentes, pois, quando a música baixa, ele se torna uma figura excêntrica, de dentes avantajados mas com pouquíssimo a dizer. A performance de Rami Malek segue o padrão do filme ao prestar homenagem sem o compromisso de buscar identidade. Ele, assim como os outros três membros, evocam o visual de forma perfeita e até os trejeitos físicos de cada um.
O que o filme faz se tornar empolgante é aproveitar seu lado musical.

Rami Malek em Bohemian Rhapsody
Rami Malek entrega uma carga verdadeira e sobretudo catártica

Além de bem dirigidas, as cenas que exibem o making of de canções como a do título e We Will Rock You são fascinantes, dando a sensação de que presenciamos, décadas depois, o surgimento de pérolas do rock. Fora a divertida integração do grupo para compor as inovações contidas nos quase seis minutos de Bohemian Rhapsody, Rami Malek entrega uma carga verdadeira e sobretudo catártica nos momentos em que vemos suas composições vocais ou no piano nascerem. Dublar as músicas fica evidente que o ator transferiu todo o empenho vocal para o trabalho físico, tornando magnética sua presença em cada quadro.

Como biografia de um artista e performer completo e irreverente, Bohemian Rhapsody acerta no tom, mesmo não aprofundando todo seu conteúdo. Como uma carta de amor dos integrantes do Queen ao vocalista e aos fãs, ele também é um prato cheio. É uma volta no tempo a tempos bons e ruins de uma vida que marcou tantas outras, e cuja importância pode ser resumida nos arrepios que aparecem a cada nota alcançada e a cada riff de guitarra que a acompanha. Freddie Mercury vive, agora em um grande espetáculo cinematográfico.

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