É fato que John Green é um dos autores mais queridos e influenciados da atualidade, principalmente pelo público jovem, que se emocionou e apaixonou pela história de Hazel e Gus, em A Culpa é das Estrelas. Seu nome se tornou sinônimo de histórias profundas e emocionantes que conseguiram atingir em cheio o coração do leitor, usando questões delicadas, mas de uma não tão melodramática e triste. Com apenas sete livros publicados, tornou-se um fenômeno, vendendo milhões de exemplares em todo o mundo, além de emplacar várias adaptações para o cinema. Após seis anos sem novos lançamentos, John lançou ” Tartarugas até lá embaixo“, que já gerou discussões por tratar um assunto que nem é muito comentado. Mas antes, vamos saber um pouco mais da história.
Na história, somos apresentados a Aza Holmes, uma jovem de 16 anos, que decide caçar um milionário desaparecido junto a sua melhor amiga Daisy, em busca da recompensa oferecida de 100 mil dólares. Com essa introdução bem simples e curiosa, diga-se de passagem, poderíamos esperar mais um romance adolescente como tantos outros, mas é aí que aparece o elemento surpresa de John. Aza sofre de TOC, Transtorno Obsessivo Compulsivo, levando o leitor a uma viagem de agonia e desespero pelo universo de sua mente, tornando todo o resto como um mero plano de fundo. Muito bem criado, demonstrando cada detalhe e sentimento de alguém que possui tal problema.
Para quem não sabe, TOC é um transtorno mental que se caracteriza pela presença de diversas obsessões, que são pensamentos ou imagens indesejáveis que tomam conta da mente do individuo o obrigando a realizar diversos tipos de rituais com a intenção de afastar essas possíveis ameaças, causando muita ansiedade. Quando anunciou o lançamento desse novo livro, John Green explicou ao público que, apesar de ser um livro de ficção, essa história teria muito de si próprio. Em Tartarugas até lá embaixo temos a oportunidade de ter uma noção exata de como a doença afetou o autor por tantos anos.
Além disso, como se a história de Aza já não fosse impactante o suficiente, o autor, como em todas as suas histórias, cria romances improváveis e surpreendentes, reflexões sobre reencontros inesperados, o valor da amizade e da família e a tomada de decisões difíceis. Não há dúvidas ou qualquer ponto sem explicação, cada trecho, por mais simples que seja, ganha sua relevância e no final sabemos o porquê de terem feito parte da história.Cada personagem e detalhe foi composto para que entrássemos nas críticas apresentadas por Green, desde a trajetória da personagem principal até o cenário apresentado.
O livro, apesar de ficcional, nada mais é do que uma declaração de amor e confiança de John Green para o seu público. É uma carta, de coração aberto, de todos os medos que afetam o autor por tantos e tantos anos. Se você ainda tem dúvidas, deixe-as de lado, essa é uma história que você não pode deixar de ler.