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Bonding

Bonding

A palavra bonding refere-se, entre outras coisas, à ação de se estabelecer entre duas pessoas uma espécie de química e intimidade naturais, que torna a relação em algo dinâmico. Sem dúvida, é exatamente isso que a nova série original Netflix nos apresenta.

Bonding, ou “Amizade Dolorida”, conta sobre Pete (Brendan Scannell), um jovem homossexual, e Tiff (Zoe Levin), uma dominatrix. Eles eram melhores amigos nos tempos de colégio, mas perderam o contato com o passar do tempo. Anos depois, eles se reencontram inesperadamente na agitada Nova York, mas com um toque diferente.

O roteiro escrito por Rightor Doyle é baseado nas próprias experiências do escritor, diretor e showrunner. A produção ganhou o prêmio de “Melhor Série Episódica” no Festival de Cinema LGBT Outfest. Uma coisa legal e interessante é que os episódios que não ultrapassam 18 minutos. Apesar do timing acelerado,nos despertam curiosidade e animação com a amizade dos dois.

Quebrando o Tabu:

Bonding
Tiff (Zoe Levin) e Pete (Brendan Scannell) em “Bonding”

A premissa é apresentada e desenvolvida em um ótimo tom, mostrando a história de uma jovem cuja profissão representa ainda um grande tabu para a sociedade – dominatrix. É visto que a produção não trata com desrespeito o assunto, muito pelo contrário.

O objetivo  é trazer para o público o olhar tolerante para o assunto. Principalmente, usando o humor como instrumento principal para incentivar a reflexão. Não apenas sobre formas distintas de fazer sexo, mas ainda como o prazer deve ser algo natural, encarado sem medo ou tabu.

Dessa forma, acompanhamos a história de Tiff (Zoe Levin), que trabalha na noite atendendo aos pedidos mais diversos de pessoas que no geral se reprimem. Tudo muda quando ela resolve chamar seu amigo Pete (Brendan Scannell) para ser seu auxiliar. No início, ele resiste à tarefa, por medo/nojo das práticas que a moça fornece aos seus clientes, mas vai se adaptando.

A relação de Pete e Tiffy:

É interessante analisar aqui a relação entre os dois e a forma como aos poucos os personagens vão saindo de meros estereótipos e sendo bem desenvolvidos na trama. Devido a isso, mostra-se suas camadas e as boas atuações ajudam bastante nesse processo.

Além disso, a trama se desenvolve com muita facilidade, focando no relacionamento dos dois personagens, na sua dinâmica profissional e pessoal. Pete precisa superar seus estigmas a cada novo cliente, ele “sai do armário” de diversas formas, quebrando uma moralidade tradicional, afetada pela imposição social sobre a sexualidade.

bonding
A amizade de Tiff e Pete são um dos principais assuntos em “Bonding”

Enquanto que Tiff, cuja experiência de vida lhe ensinou cedo o quanto as mulheres são reféns de uma sociedade machista. Devido a isso, passou por um processo de empoderamento que acabou resultando num “endurecimento” de sua personalidade.

Nesse ponto, os diálogos entre os dois personagens rendem reflexões sobre sentimentos e relacionamento que vão muito além do sexo. Principalmente, nos lembrando da complexidade da psique humana e do jogo eterno entre nosso consciente repressor e nosso inconsciente de desejos reprimidos.

Na narrativa, é bastante abordada também a questão do assédio sexual, mostrando que ele pode existir para ambos os sexos. Vale mencionar que o desfecho para uma determinada situação relacionada à essa questão é de lavar a alma de qualquer mulher que já passou por isso ou já viu acontecer.

Mas é realmente bom?!

Mesmo com alguns problemas, o roteiro é a melhor parte, com os diálogos e os personagens. A direção de Rightor Doyle é bastante comum, sem grandes ousadias, principalmente, nas cenas mais “quentes”. Porém, algumas específicas, ele consegue trazer uma mistura de sensações com os clientes bizarros.

No entanto, a série vai pouco a pouco trabalhando questões sérias, se aprofundando em temas cotidianos e relacionáveis, mostrando também um crescimento dos personagens, além de trazer fatores sexuais meio tabus à tona. O tema é bom e a maneira livre com que é trabalhada, idem.

Em suma, “Bonding” é certamente mais uma boa opção da plataforma que tem apostado no tema da diversidade, em suas mais recentes produções. É uma série divertida e que merece ser assistida, além de ser rápida sem grandes preocupações ou cobranças dramáticas. E é fato que teremos uma próxima temporada.

Bonding está na plataforma de streaming Netflix! 

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