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A série Bom Dia, Verônica estreou na rede de streaming Netflix na primeira semana de outubro e já tem conquistado bastante os fãs do gênero thriller. Com um mistério de tirar o fôlego, a série é uma adaptação do livro de mesmo nome escrito pela criminóloga Ilana Casoy e Raphael Montes. Juntos criaram o pseudônimo Andrea Killmore, que foi revelado apenas após a notícia que uma série inspirada no livro seria lançada.

Assista o trailer abaixo:



QUAL A TRAMA?


Uma moça com a boca machucada e vítima de violência vai até a delegacia pedir ajuda. Após ver que seu caso não será solucionado, tem acesso a uma arma e se mata na frente de todo mundo. Verônica estava tentando entender o que havia passado com a mulher e fica extremamente comovida com o suicídio. Dessa forma, têm como objetivo fazer de tudo para tentar ajudar outras vítimas. É a partir daí que a personagem se vê inserida em dois casos que irão mudar completamente sua vida.

 

Diferentes casos com um mesmo propósito: abusar de mulheres.

 

De um lado temos um homem que seduz mulheres carentes usando um aplicativo de relacionamento, as droga e rouba seus bens. Do outro um misterioso caso envolvendo um possível serial killer. As vítimas não estão interligadas e isso acaba fazendo com que um caso se sobreponha a outro durante os episódios, mas não torna a série menos desinteressante.

Brandão (interpretado por Eduardo Moscovis) possui um cargo alto dentro da polícia militar. A trama que o envolve aborda tanto o seu modus operandi quanto a corrupção que existe dentro da corporação. Por ter alta patente, em palavras simples, Brandão é “bicho grande”, quase intocável, por isso a dificuldade de investigá-lo e levar o caso adiante. Principalmente porque a única testemunha de seus atos é sua esposa Janete (Camila Morgado), uma esposa que não tem amigos, não tem celular, se afastou de seus parentes, não tem emprego nem uma vida fora do âmbito familiar com seu marido.

Janete é forçada a se envolver com os crimes do marido, mas é graças a ela que Verônica passa a ter conhecimento do caso e lutar para que a justiça seja feita. Toda a trama gira em torno dos crimes hediondos que Brandão comete e em como a negligência da polícia de São Paulo ajuda novas mulheres a perderem a vida.


ONDE A SÉRIE ACERTOU?


Se baseando em uma adaptação, é de se esperar que determinados acontecimentos fiquem de fora ou sejam realocados dentro da trama e com Bom Dia, Verônica não foi diferente. Mas, apesar do que pode ser esperado, a série se mostrou superior ao tratar determinados assuntos.

O primeiro e que mais me chamou a atenção foi a personalidade da personagem principal. Verônica (interpretada por Tainá Muller) é escrivã na delegacia de homicídios de São Paulo e, diferentemente do livro, ela é bem menos arrogante e com síndrome de heroína. Não me entendam mal, ela ainda luta e vai até seu limite para ajudar outras mulheres vítimas de violência, porém, na série obtém certa ajuda da polícia e participa dos casos. Na história original Verônica passa por cima de leis e superiores para tentar alcançar seus objetivos, e acaba, por muitas vezes, atrapalhando tudo.

Ao terminar a leitura do livro tive uma opinião bem ruim dessa personagem. Sua mania de tentar agir de forma compulsiva, além das mentiras que contava, faziam com que você torcesse para que o mistério fosse resolvido e os culpados apanhados, mas que a Verônica se desse tão mal quanto eles. Já na série nós não temos espaço para não gostarmos dela, por mais que a trama tente passar a impressão de que os “fins justificam os meios.”

Nova série da Netfix: Bom Dia, Verônica
Nova série da Netfix: Bom Dia, Verônica



PONTOS IMPORTANTES:


O que mais chama a atenção na série é como a violência psicológica é uma arma forte dentro de um relacionamento abusivo e que nem sempre uma mulher precisa aparentar marcas físicas para estar correndo grave perigo. Janete não consegue simplesmente fugir de quem lhe causa mal e por mais que tenha conseguido pedir ajuda, custou a entender que estava agindo de forma correta.

É uma série brasileira de tirar o chapéu e que trata com sensibilidade de assuntos que precisam ser falados. Além disso, apresenta cenas de estupro, sequestro, morte explícita, tortura, violência, corrupção e mais, então fica aqui o alerta. A sua classificação indicativa é de +18 anos justamente por conter esse tipo de conteúdo.

De acordo com o site da UNIFESP, o Brasil é o 5º país no mundo – em um grupo de 83 – em que se matam mais mulheres. Essa informação é de acordo com o Mapa da Violência de 2015, organizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). Por isso, séries como Bom Dia, Verônica, que abordam essa violência são importantes para alertar a população de casos graves que acontecem diariamente em nosso país.

Em casos de violência contra a mulher, ligue 180!

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